Interação social e comunicação de crianças com alteração neuromotora sob a ótica de familiares/cuidadores e do fonoaudiólogo / Social interaction and communication of children with neuromotor disabilities from the perspective of family/caregivers and the speech and language pathologist

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/09/2011

RESUMO

Introdução: Diversos fatores como a desnutrição materna, a prematuridade extrema e síndromes diversas, dentre outros, podem acarretar alterações no desenvolvimento infantil. Mediante as alterações, a intervenção oportuna pode favorecer o progresso global dessas crianças com risco, considerando-se que essa atuação envolve a participação de familiares/cuidadores e de uma equipe interdisciplinar, dentre os quais o fonoaudiólogo. No Brasil, são poucos os protocolos padronizados para avaliação de linguagem. Nas áreas de terapia ocupacional e fisioterapia, um dos instrumentos utilizados para avaliação pediátrica de incapacidade é o PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory que se mostrou viável para investigação dos aspectos de comunicação e interação social das crianças de risco que compõem este estudo. Objetivos: Analisar a interação social e comunicação de crianças com alterações neuromotoras sob a ótica de familiares/cuidadores e do fonoaudiólogo e caracterizar o perfil das crianças e dos familiares/cuidadores. Sujeitos e Método: A pesquisa foi aprovada pelo CEP-FCM/UNICAMP e submetida à anuência da Instituição e dos sujeitos do estudo. Participaram 35 familiares/cuidadores de 38 crianças de 12 a 36 meses, com alteração neuromotora e fatores de risco para o desenvolvimento, atendidas no Programa de Estimulação Precoce da APAE de uma cidade de médio porte do interior de São Paulo e uma fonoaudióloga (terapeuta e pesquisadora). A coleta de dados foi feita por meio de três fontes: (i) estudo dos prontuários para caracterização dos perfis das crianças quanto à idade, sexo, diagnóstico e tempo de atendimento na Instituição; (ii) levantamento de informações com familiares/cuidadores para caracterização dos seus perfis quanto à idade, escolaridade e profissão e (iii) aplicação do PEDI, tendo sido utilizada a primeira parte desse instrumento, voltada as habilidades de função social, em que se incluem os aspectos de comunicação e de interação social. Os procedimentos de coleta de dados envolveram, com os familiares/cuidadores, o método de entrevista e com a profissional, o método de julgamento clínico. Foi realizada análise estatística descritiva, inferencial e fatorial dos dados em comparação aos valores de referência do PEDI. Resultados: Em relação à distribuição por diagnóstico das crianças, a paralisia cerebral apresentou maior freqüência. A maioria dosfamiliares/cuidadores são mães (88%) e uma parcela pequena, avós (6%) e pais (3%), com idade variando entre 19 e 45 anos, com predominância de ensino médio completo e de profissão relatada como sendo profissional do lar (67%). As respostas dos familiares/cuidadores demonstraram maior concordância na habilidade de comunicação (68%), seguida das habilidades de casa/comunidade (56%) e de interação social (53%). As respostas do PEDI evidenciam atraso no desenvolvimento nas habilidades de comunicação e interação social das crianças estudadas em relação aos valores desse instrumento tanto na ótica dos familiares/cuidadores quanto na do profissional/pesquisador. Conclusões: De modo geral, a maioria das crianças do estudo apresenta valores abaixo daqueles de referencia do PEDI, evidenciando atraso em habilidades de interação social e comunicação. Os resultados demonstram o PEDI como um instrumento útil e complementar à avaliação clínica, no caso fonoaudiológica. Oferece subsídios ao conhecimento das habilidades funcionais referentes à função social (comunicação e interação), que podem auxiliar a nortear o profissional, assim como a equipe, no delineamento de estratégias de intervenção, obtendo-se dados junto à família e aos profissionais envolvidos tendo em vista o favorecimento da linguagem e interação, e conseqüente, autonomia e qualidade de vida do da criança com risco para o desenvolvimento. Tal perspectiva evidencia as possibilidades do instrumento em uma abordagem multi ou interdisciplinar tendo em vista a atenção integral à saúde do grupo populacional estudado

ASSUNTO(S)

intervenção precoce (educação) estudos de linguagem relações profissional-família early intervention (education) language arts professional-family relations

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