Interação entre um falante nativo e uma aprendiz de ingles como lingua estrangeira

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Este trabalho é um estudo sociológico das atividades construídas seqüencialmente, em uma produção verbal oral, descrevendo as relações organizacionais entre enunciados e organizações de enunciados na interação. São utilizados os instrumentos da Análise Conversacional para a interpretação etnometodológica dos fenômenos, que ocorrem espontaneamente na interação social verbal, concebida como unidade empírica de análise. Nosso objetivo é verificar como os interactantes co-produzem a comunicação, em função das principais feições conversacionais que emergiram ao longo da análise, tais como seus estilos conversacionais, as atividades sociais mediadas ou constituídas pela interação verbal e fatos característicos de alguns eventos de fala, como a fala informal entre amigos, a fala em sala de aula e a fala gravada. A partir dos resultados da análise, propomos sugestões de encaminhamento e subsídios para a otimização do desempenho do . aprendiz em língua estrangeira (LE) em futuras interações. Aquisição e aprendizagem são termos subsumidos, e partimos do pressuposto teórico de que a aquisição se dá tanto em situação formal como informal. São dois os sujeitos, um falante nativo de inglês, e uma aprendiz de nível intermediário, que aprendeu a LE em situação formal, em não-imersão. São feitas a gravação e a transcrição de meia hora de conversa informal para análise, além de outras três, realizadas em condições semelhantes, para fim de comparação. Com base em fatos interacionais, característicos dos eventos de fala referenciais e nas atividades sociais recorrentes na interação analisada, são delineadas a natureza e a estrutura da interação informal nativo/não-nativo, ocorrendo em situação de não-imersão, que indicam na direção da necessidade de um planejamento de interações futuras, em função de feições previsíveis. Na interação analisada, verifica-se que emerge expressivamente a preocupação dos interactantes com a qualidade da interação em termos de expectativas de abordagem dos tópicos e quanto à adequação lingüística no desempenho do falante não-nativo, mais do que a transmissão de informação em si que, segundo a perspectiva de cada interactante, é assegurada de várias maneiras. Encaminhamentos são propostos no sentido da necessidade de se investigar um exemplo real de fala do aprendiz para a identificação e para o diagnóstico de suas limitações, como também para a sugestão de subsídios para a otimização de seu desempenho na interação com um falante nativo ou não-nativo da língua-alvo, que é o objetivo primordial dos aprendizes de Língua Estrangeira. Perguntados aleatoriamente: "Por quê você quer aprender essa língua?", os aprendizes expressam sua expectativa mais espontânea: "Porque quero falar essa língua". Para satisfazer uma demanda cada vez maior de professores-analistas, habilitados a atender as necessidades específicas de seus clientes-alunos, sugere-se a introdução da Análise Conversacional na grade curricular de futuros professores de LE

ASSUNTO(S)

sociolinguistica linguistica aplicada lingua inglesa - estudo e ensino - estudantes estrangeiros

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