Interação entre Angiostrongylus vasorum e Ancylostoma caninum: aspectos parasitológicos, hematológicos e imunológicos em cães experimentalmente infectados

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/03/2012

RESUMO

Angiostrongylus vasorum e Ancylostoma caninum são parasitos de cães que apresentam ampla distribuição geográfica e tem importante papel tanto no aspecto da clínica veterinária como da saúde pública, uma vez que podem causar grande morbidade nos cães e ser causadores de zoonoses. Com o objetivo de avaliar as alterações parasitológicas, hematológicas e imunológicas decorrentes da coinfecção por esses helmintos, foram acompanhados 19 cães sem raça definida de ambos os sexos e com idade média de 22 meses. Os animais foram divididos em quatro grupos (A, B, C e D): grupo A com 4 cães não infectados; grupo B com 5 cães com angiostrongilose crônica; grupo C com 5 cães com angiostrongilose crônica que foram infectados com A. caninum e grupo D com 5 cães infectados simultaneamente com A. vasorum e A. caninum. O acompanhamento parasitológico foi realizado pelas contagens de ovos e larvas por grama de fezes. As alterações hematológicas foram avaliadas por hemograma. Para avaliar a resposta imune celular durante a infecção, células mononucleares do sangue periférico foram coletadas e analisadas quanto à capacidade proliferativa in vitro frente a estímulo antigênico dos parasitos pela técnica de MTT; produção de citocinas in vitro, após estimulação com antígeno pela técnica de ELISA e para a identificação das subpopulações de leucócitos circulantes no sangue periférico ex vivo por citometria de fluxo. Para avaliar a resposta imune humoral plasma dos cães foram analisados pela técnica de ELISA indireta para pesquisa de IgG e IgE específicos para antígenos de A. vasorum e A. caninum. A análise dos dados evidenciou que cães coinfectados por A. vasorum e A. caninum apresentaram um menor número nas contagens de larvas por gramas de fezes quando comparados ao grupo infectado apenas com A. vasorum. Eosinofilia, neutrofilia, linfocitose e trombocitopenia foram observados nos grupos infectados. Não houve diferença na proliferação celular in vitro frente a estímulos antigênicos dos parasitos entre os grupos infectados e não infectado. Nos cães infectados com A. vasorum foi observado um perfil Th2 da resposta imune e nos cães coinfectados um perfil misto de Th1 e Th2. Nos grupos infectados foi detectada uma maior porcentagem de linfócitos T CD3+CD4+ circulantes quando comparados a linfócitos T CD3+CD8+, linfócitos B CD21+ e monócitos CD14+. Em relação às imunoglobulinas analisadas, um maior nível na produção de IgG foi observado durante a fase aguda da infecção e IgE durante a fase crônica, mas sem diferença significativa entre esses valores. Após a realização deste trabalho, pode-se inferir que a coinfecção por A. caninum em cães com angiostrongilose promove alterações nos aspectos parasitológicos, hematológicos e imunológicos em cães experimentalmente infectados.

ASSUNTO(S)

angiostrongylus vasorum teses. ancylostoma caninum teses. helmintos teses. resposta imune teses. cão infecções teses. coinfecção parasitologia teses.

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