Integração e desenvolvimento no Mercosul: divergências e convergências nas políticas econômicas nos governos Lula e Kirchner

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Sociologia e Política

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-06

RESUMO

O início do século XXI é testemunha da ascensão ao poder de novos governos de esquerda e centro-esquerda na América do Sul, que apresentam pelo menos duas características em comum: o questionamento das políticas e reformas pró-mercado ocorridas na década anterior e a volta do Estado como ator central da vida econômica. A despeito desse ponto em comum, uma análise mais aprofundada nos permite perceber certa heterogeneidade de natureza programática e organizacional dos novos governos progressistas. Nesse sentido, propomos analisar as respostas dadas por Argentina e Brasil à crise do neoliberalismo, dando especial ênfase às políticas econômicas para o desenvolvimento e suas implicações para a integração regional. Esta análise mais sistemática permite-nos perceber que a Argentina e o Brasil têm feito escolhas distintas no que diz respeito ao tipo de política adotada. O Brasil tem recorrido a práticas mais ortodoxas, como políticas monetárias restritivas para conter as expectativas de inflação, enquanto a Argentina tem preferido medidas heterodoxas, como controle de preços e restrição às exportações, bem como outras políticas de incentivo ao consumo. Em certa medida, a diferença entre as escolhas pode ser atribuída à própria trajetória econômica e política de ambos os países: as reformas pró-mercado, por exemplo, foram mais intensas na Argentina do que no Brasil, o que implicou, no que diz respeito à estrutura produtiva, uma maior desindustrialização e a extinção de algumas instituições desenvolvimentistas.

ASSUNTO(S)

argentina brasil políticas de desenvolvimento integração regional política econômica comparada

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