Intake and lactation curves of F1 Holstein x Zebu dairy cows in pasture and feedlot / Curvas de lactação e consumo de vacas F1 Holandês x Zebu em pastejo e em confinamento

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/02/2011

RESUMO

O presente trabalho foi constituído de três experimentos, que foram descritos em quatro capítulos. Para o capítulo 1 foi objetivo avaliar o efeito de diferentes volumosos sobre o desempenho de vacas em lactação F1 Holandês x Gir em condições tropicais. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Felixlândia-MG. Doze vacas mestiças F1 Holandês x Gir foram distribuídas em um quadrado latino 4x4, balanceado para efeito residual, e cada tratamento experimental foi atribuído a um grupo de três vacas. O experimento consistiu de quatro tratamentos e cinco períodos experimentais de 21 dias, com 14 dias de adaptação e sete dias de coleta de dados. Os tratamentos experimentais foram silagem de sorgo, silagem de milho, cana-de- açúcar in natura e silagem de cana-de-açucar ensilada com óxido de cálcio a 1%. Foram utilizados três indicadores (LIPE dióxido de titânio, e FDAi) para estimar o consumo individual. Os consumos de matéria seca (MS) e de matéria orgânica (MO) foram maiores (P <0,05) para vacas consumindo silagem de milho (P <0,05) e menores para silagem de sorgo, cana-de-açucar in natura e silagem de cana- de-açucar, consecutivamente. As digestibilidades da MS e da MO das dietas contendo silagem de milho, silagem de sorgo e cana-de-açucar in natura foram semelhantes (P >0,05) e por sua vez maiores que para a dieta à base de silagem de cana-de-açucar (P <0,05). A produção de leite de vacas alimentadas com silagem de milho e silagem de sorgo não diferiu (P >0,05) mas foram maiores que a produção de leite de vacas alimentadas com cana-de-açúcar in natura e silagem de cana-de-açucar, que não diferiram entre si. Houve maior teor de ácidos graxos nãoesterificados (P <0,05) no plasma (AGNE) de vacas alimentadas com silagem de cana-de-açucar. O balanço de compostos nitrogenados (N) foi maior para vacas alimentadas com silagem de milho e de sorgo, seguido pela cana-de-açucar in natura e silagem de cana-de-açucar (P <0,05). Concluiu-se que a dieta à base de silagem de cana-de-açucar proporciona baixo consumo, baixa digestibilidade, baixa eficiência de utilização do N e elevada mobilização de reservas corporais em vacas F1 Holandês x Gir. Esta mobilização suporta uma produção de leite similar a de vacas alimentadas com cana-de-açucar in natura. As silagens de milho e de sorgo proporcionam um desempenho satisfatório e maior eficiência de utilização do N, mesmo com a maior relação entre volumoso e concentrado nestes tratamentos. No capítulo 2 o objetivo foi desenvolver curvas de lactação, de consumo e variação de peso de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistemas a pasto. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Felixlândia-MG, entre os meses de janeiro e maio de 2008. Foram utilizadas 18 vacas F1, sendo seis Holandês x Gir (HGI), seis Holandês x Guzerá (HGU) e outras seis Holandês x Nelore (HNE), que constituíram três tratamentos experimentais. O modelo original de predição de consumo de matéria seca do NRC (2001) não foi adequado para explicar os dados de consumo de matéria seca em condições tropicais de pastejo (P <0,05), entretanto, a estrutura do modelo, quando reparametrizada, foi adequada (P <0,05) para predição de consumo de matéria seca de vacas F1 Holandês x Zebu em condições de pastejo com gramíneas tropicais. Após reparametrização do modelo proposto pelo NRC (2001), foi obtida a seguinte equação: CMS (kg/dia) = (0.6089*LCG + 0.0244 *PC0,75) + (1 e(- 0.2919*(SL+5.5772))), sendo: LCG: produção de leite corrigido para gordura; PC: peso corporal; SL: semana de lactação. Houve similaridade dos modelos Jenkins &Ferrell (1984) modificado e Wood (1967) para predizer a produção de leite de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em pastagens, quando comparados ao modelo Jenkins &Ferrel (1984) original. O modelo de Wood (1967) apresentou dispersão uniforme em torno do eixo X, sendo então utilizado para estimação de parâmetros para cada grupo genético, como se segue: HGI =17.2667*t0.0652*e-0.00424t; HGU =18.1470*t0.0332*e-0.00408t; HNE =14.2836*t0.1059*e-0.00552t. Os teores de AGNE apresentaram variação em função dos diferentes grupos genéticos (P <0,05), sendo apresentadas três equações em função dos dias de lactação, como se segue HGI = 657.42 + 3.6957*t 32.4659*t1/2 0.1352*t3/2; HGU = 664.73 + 3.6957*t 32.4659*t1/2 0.1352*t3/2; HNE = 607.70 + 3.6957*t 32.4659*t1/2 0.1352*t3/2. Dentre os modelos matemáticos avaliados, o modelo de Wood (1967) apresenta melhor ajuste aos dados de produção de leite de vacas mestiças F1 sob pastejo em gramíneas tropicais. Utilizando-se este modelo, as vacas do grupo HGI apresentam maior produção acumulada aos 305 dias. O pico de consumo de matéria seca, estimado pela equação do NRC (2001) reparametrizada, ocorre durante a sexta semana de lactação, quando ocorre estabilização do consumo de matéria seca de pasto dos diferentes grupos genéticos. Mesmo assim as vacas passam por uma fase de balanço energético negativo durante a sétima semana em função das características da pastagem tropical. No capítulo 3 o objetivo foi avaliar o consumo, a digestibilidade e a eficiência de utilização do N para vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistema de pastejo. O experimento foi conduzido na Fazenda experimental da EPAMIG, em Felixlândia-MG, entre os meses de janeiro e maio de 2008. Foram utilizadas 18 vacas F1, recémparidas, sendo seis HGI, seis HGU e outras seis HNE, que constituíram os três tratamentos experimentais, distribuídas em amostras aleatórias simples sob as mesmas condições de alimentação: pasto mais concentrado com 22% de proteína bruta (PB). Para estimativa do consumo individual a pasto, foram utilizados dois indicadores. O dióxido de titânio foi usado para estimar a excreção de matéria seca fecal e para consumo individual de pasto, foi utilizada a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi). Não houve efeito de grupos genéticos sobre os consumos e coeficientes de digestibilidade dos nutrientes (P <0,05) para nenhum efeito da regressão linear múltipla. Todos os parâmetros das equações de regressão relativos ao consumo de nutrientes, com exceção dos consumos de MS e MO em % do peso corporal (PC), de carboidratos não-fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) em %PC, foram significativos (P <0,05) e apresentaram comportamento quadrático, com ponto critico positivo. Os coeficientes de digestibilidade para PB, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp) e o teor de NDT foram afetados pelo período de lactação (P <0,05), enquanto os coeficientes de digestibilidade da MS, extrato etéreo (EE) e matéria orgânica (MO) não apresentaram efeito do período de lactação (P >0,05). Não houve efeito do grupo genético (P >0,05) para os parâmetros de eficiência de utilização do N. A excreção de uréia na urina (EUU) apresentou comportamento quadrático em função dos dias de lactação (P <0.05) com excreção máxima estimada aos 49 dias. Já o nitrogênio uréico no leite (NUL) e no plasma (NUP) também em comportamento quadrático (P <0,05) apresentaram pico aos 120 e 119 dias, respectivamente. Sendo assim, conclui-se que a utilização de diferentes grupos genéticos de vacas Holandês x Zebu sob pastagens tropicais não promove alteração sobre os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e a eficiência de utilização do N, que variaram em função do período de lactação, apresentando em geral comportamento quadrático para os três grupos genéticos. No capítulo 4 o objetivo foi avaliar curvas de lactação, consumo de nutrientes e variação de peso de vacas mestiças F1 Holandês x Zebu em sistema de confinamento, bem como a eficiência metabólica da utilização dos nutrientes. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Felixlândia-MG, entre os meses de junho de 2008 e fevereiro de 2009. Foram utilizadas 18 vacas F1 recém-paridas, sendo seis HGI, seis HGU e outras seis HNE, que constituíram três tratamentos experimentais, distribuídas em amostras aleatórias simples, alimentadas com silagem de milho à vontade mais concentrado com 20% de PB. Para estimativa do consumo individual das vacas alimentadas em grupo foram utilizados três indicadores. A LIPE foi usada para estimar a excreção de matéria seca fecal. Para estimar o consumo individual de concentrado fornecido no cocho coletivo, na forma de mistura completa, foi utilizado o dióxido de titânio. Para estimativa do consumo individual de volumoso foi utilizada a FDAi. Foram utilizados três modelos matemáticos para ajuste das curvas de lactação e de variação de peso, como se segue: Y = at be−ct (Wood,1967); Y = ate−ct (Jenkins &Ferrel,1984); Y = a+bte−ct. (Jenkins and Ferrell, 1984) com um parâmetro de ajustamento. Não houve efeito (P >0,05) dos grupos genéticos sobre o consumo de matéria seca (MS) e dos demais nutrientes. Os consumos de MS, de MO, de FDNcp, de EE e de NDT apresentaram comportamento quadrático em função dos dias em lactação (P <0,05),sendo o mesmo comportamento observado para os coeficientes de digestibilidade da MS, MO e do EE, assim como os teores de NDT (P <0,05). Foram construídas curvas de lactação para os grupos genéticos HGI =19,0764*t0,0166*e-0,00181*t; HGU =15,6232*t0,0936*e-0,00274*t e HNE =15,4655*t0,0401*e-0,00305*t, através do modelo matemático obtido por Wood (1967). Através do modelo Jenkins e Ferrell (1984) foi desenvolvida uma equação para estimar a variação de peso dos animais pertencentes aos três grupos de forma conjunta, sendo: HZE = 511,1 + 1,7925*t*e-0,0105*t. Não houve efeito (P >0,05) dos grupos genéticos sobre a eficiência de utilização dos compostos nitrogenados, porém houve efeito significativo do período de lactação, exceto sobre os compostos nitrogenados microbianos (NM) que apresentaram resposta quadrática ao longo da lactação (P <0,05). Assim, conclui-se que a utilização de diferentes grupos genéticos de vacas Holandês x Zebu em confinamento não promove alteração sobre os consumos e as digestibilidades dos nutrientes, variação de peso e eficiência metabólica. As vacas HGU fapresentam produção de leite acumulada aos 305 dias de 4946,81 kg, com pico de lactação de 19,80 kg aos 34 dias, enquanto as vacas HGI apresentam desempenho muito próximo, com pico de lactação de 19,46 kg aos 8 dias e produção acumulada de 4821,78 kg. As vacas HNE apresentam desempenho inferior, com pico de produção de 16,47 kg aos 16 dias e produção acumulada de 3674,98 kg.

ASSUNTO(S)

avaliacao de alimentos para animais consumo curva de lactação vacas mestiças consumption lactation curves crossbred cows

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