Insuficiência renal aguda após intervenção coronária percutânea primária no infarto agudo do miocárdio: preditores e evolução clínica a longo prazo
AUTOR(ES)
Passos, Raphael Lanza e, Siqueira, Dimytri Alexandre A., Silva, José Fabio Almiro, Sá, Francisco Carleial Feijó de, Costa Junior, José de Ribamar, Feres, Fausto, Abizaid, Alexandre, Chaves, Áurea J., Staico, Rodolfo, Mattos, Luiz Alberto, Sousa, Amanda G. M. R., Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
FUNDAMENTOS: A ocorrência de insuficiência renal aguda (IRA) está associada a pior evolução clínica após infarto agudo do miocárdio (IAM), sendo sua ocorrência de natureza multifatorial. Os preditores e o prognóstico da IRA após intervenção coronária percutânea (ICP) primária ainda não estão bem estabelecidos. OBJETIVO: Identificar os preditores de IRA em pacientes submetidos a ICP primária e determinar a evolução clínica a longo prazo. MÉTODO: Estudo retrospectivo, no qual foram incluídos pacientes com quadro de IAM com supra-ST submetidos a ICP primária, no período de janeiro de 2002 a janeiro de 2007. Os pacientes foram classificados quanto à presença de IRA (aumento da creatinina > 0,5 mg/dl ou > 25% em relação aos valores basais) durante evolução intra-hospitalar. Os pacientes foram acompanhados clinicamente por meio de revisão de prontuário e contato telefônico para avaliação de eventos maiores. RESULTADOS: Foram incluídos 150 pacientes com média de idade de 60 anos, sendo 73% do sexo masculino. Fatores considerados indicadores de risco de IRA, como diabetes melito (34%), Killip > 1 (27%), volume de contraste e fármacos, também foram avaliados. IRA ocorreu em 15,3% dos pacientes. Após análises univariada e multivariada: creatinina > 1,5 mg/dl (odds ratio [OR]: 3,633; intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 1,047-12,613; p = 0,042), aumento da idade (OR: 1,066; IC 95%: 1,002-1,090; p = 0,044), apresentação ou ocorrência de Killip > 1 (OR: 3,190; IC 95%: 1,025-9,933; p = 0,045) e necessidade de ventilação mecânica (OR: 6,364; IC 95%: 2,142-18,910; p = 0,001) foram considerados preditores independentes de IRA. Após um ano de evolução, os eventos óbito (p = 0,001) e reinfarto (p = 0,048) apresentaram diferença significativa entre os grupos com e sem IRA; tal diferença não ocorreu para revascularização (p = 0,305), diálise (p = 0,281) e eventos combinados (p = 0,060). Essas diferenças permaneceram na evolução de seis anos. CONCLUSÃO: Os principais preditores de IRA após ICP primária relacionam-se com idade, presença de creatinina > 1,5 mg/dl e má evolução clínica intra-hospitalar. IRA após ICP primária constitui preditor de eventos maiores a curto e longo prazos.
ASSUNTO(S)
angioplastia transluminal percutânea coronária infarto do miocárdio insuficiência renal aguda meios de contraste rim
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