Insetos herbívoros em botões florais de Caryocar brasiliense camb (caryocaraceae) : comparação entre duas áreas de cerrado de Brasília, DF

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Insetos herbívoros estão entre os principais grupos representantes da grande biodiversidade encontrada em regiões neotropicais. Mesmo que exista um acúmulo de informações sobre a ocorrência de lagartas folívoras de lepidópteros em plantas hospedeiras do Cerrado, pouco se sabe sobre os insetos herbívoros em estruturas reprodutivas destas plantas. O presente trabalho encontra-se divido em dois capítulos. O primeiro apresenta um primeiro levantamento das espécies de insetos herbívoros associadas às inflorescências de Caryocar brasiliense em duas áreas de cerrado do Distrito Federal, além de comparar a fauna de insetos herbívoros obtida, entre as áreas. Já o segundo capítulo concentra-se nas variações entre as semanas e/ou entre as áreas de estudo das populações de insetos herbívoros obtidas, e também apresenta as correlações entre estes grupos de insetos. De junho de 2005 a novembro de 2005, na Fazenda Água Limpa (FAL) e em alguns fragmentos não preservados pertencentes ao campus da Universidade de Brasília (UnB), indivíduos de Caryocar brasiliense foram examinados, e de cada um destes foram coletadas inflorescências com botões florais. Foi amostrado um total de 100 plantas e 293 inflorescências, não ocorrendo diferença no número de inflorescências com emergência de insetos adultos entre as áreas de estudos. Foram obtidas 12 espécies pertencentes a sete famílias de Lepidoptera, sendo duas, Phidotricha erigens (Pyralidae) e uma espécie não identificada de Gelechiidae, as principais responsáveis pelo ataque aos botões florais, impedindo seu desenvolvimento em flor e fruto. Estas foram as espécies mais abundantes, alternando a dominância de adultos entre as áreas, sendo a espécie de Gelechiidae mais abundante na FAL, e a de Pyralidae na UnB. Todos os himenópteros obtidos são parasitóides, representados por 11 espécies pertencentes a seis diferentes famílias. Novamente duas morfoespécies foram dominantes, Cheloninae sp. e Rogadinae sp., e estas foram observadas como parasitóides de Gelechiidae sp.39. Apesar de a FAL apresentar maior riqueza de espécies de lepidópteros e de himenópteros parasitóides, os índices de diversidade destes dois grupos não diferiram entre as áreas. Os dípteros ainda não foram identificados, sendo representados por apenas duas morfoespécies que se alimentam principalmente de anteras dos botões. As comunidades de lepidópteros e de himenópteros parasitóides variaram temporalmente, sendo verificado, para ambas as comunidades, um maior número de indivíduos no final do período de floração. Os níveis de precipitação neste mesmo período podem, em parte, explicar a variação temporal observada. Houve um impacto significativo da comunidade de parasitóides na população de Gelechiiidae sp.39 (espécie mais abundante dentre os lepidópteros obtidos), o que seria interessante para a planta hospedeira, que poderia se beneficiar atraindo esses parasitóides.

ASSUNTO(S)

gelechiidae cerrado ecologia braconidae parasitóides herbivoria

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