Inserção produtiva, gênero e saúde mental

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-09

RESUMO

Um estudo transversal foi conduzido em Olinda para estimar a associação do desemprego e do trabalho informal com os transtornos mentais comuns (TMC), avaliados pelo Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Enquanto as trabalhadoras formais apresentaram uma saúde mental significativamente melhor que as informais (OR = 3,02, IC a 95% 1,3-7,2), desempregadas (OR = 2,66, IC a 95% 1,1-6,3), donas de casa (OR = 2,29, IC a 95% 1,0-5,0) e inativas (OR = 3,19, IC a 95% 1,2-8,4), as diferenças encontradas entre os homens não foram estatisticamente significantes. As odds-ratios sugerem que a posição no mercado produtivo teve o seu efeito sobre a saúde mental modificado pelo sexo. Porém, o teste para interação só foi estatisticamente significante para o trabalho informal, não havendo evidências de que a associação entre o desemprego e a saúde mental fosse diferente entre homens e mulheres. Os resultados do presente estudo sugerem que o mundo do trabalho tem dois sexos e que homens e mulheres vivenciam o trabalho informal diferentemente. Esta constatação apontou para a necessidade de complementar o referencial teórico das relações de classe aqui assumido, com a abordagem de gênero, que reflete a dimensão social das desigualdades sexuais.

ASSUNTO(S)

trabalho gênero saúde mental

Documentos Relacionados