Inquérito sobre o uso do Iodo-131 no Brasil
AUTOR(ES)
Albino, Cláudio Cordeiro, Takahashi, Mirian Hideko, Senhorini Júnior, Sidney, Graf, Hans
FONTE
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-12
RESUMO
O iodo radioativo (RI) é uma forma de terapia efetiva e largamente aceita para a doença de Graves (DG) e o carcinoma diferenciado da tireóide (CDT), mas ainda há controvérsias sobre os critérios para seu uso. Para estabelecer a presente tendência na indicação do RI nós enviamos um questionário para os membros da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Sociedade Latino-Americana de Tireóide, com 3 casos-índices: DG, bócio nodular tóxico (BNT) e CDT. Para cada caso havia questões sobre os procedimentos diagnósticos e terapia e algumas variantes clínicas que poderiam modificar a escolha terapêutica apresentada. Foram encaminhados cerca de 2.000 questionários, e obtivemos apenas 82 respostas (3,4%) que foram analisadas. A maioria dos respondedores definiu-se como endocrinologistas gerais (85%), trabalhando na região sul e sudeste do Brasil (80%) com mais de 20 anos de atendimento profissional e tendo os hospitais universitários como o principal local de trabalho (40%). No caso índex 1 (DG), 95% dos profissionais usaram as medidas de T3, T4 e TSH para o diagnóstico e 25% adicionaram o TRAb e a cintilografia tireoideana. As drogas anti-tireoideanas (DAT) foram a primeira escolha terapêutica em 72%, seguida pelo RI e cirurgia (26 e 1,3%). Nenhuma das variantes clínicas, como oftalmopatia severa, idade avançada ou volume do bócio modificou a escolha terapêutica. No caso 2 (BMT), o RI foi a primeira escolha terapêutica em 84% dos profissionais e a presença de sintomas compressivos foi a única variante que mudou essa tendência, quando a cirurgia foi a escolha principal. No caso 3 (CDT), quase todos os profissionais indicaram a tireoidectomia total. RI para os restos tireoideanos foi proposto por 45% dos respondedores, indiferente da captação residual, enquanto o restante o fez dependendo de diferentes valores de captação, indicando de 30 a 100mci. Esses dados demonstram que o uso do RI está aumentando no hipertireoidismo, mas ainda em menor grau que em outros países e que não temos uma uniformidade para o tratamento do CDT.
ASSUNTO(S)
radioiodo doença de graves carcinoma diferenciado da tireóide bócio nodular tóxico
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