Inoculum production, the effect of vegetable extracts and fungicides and soybean genotypes reaction to Sclerotinia sclerotiorum / Produção de inóculo, efeito de extratos vegetais e de fungicidas e reação de genótipos de soja à Sclerotinia sclerotiorum

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A podridão branca da haste causada por S. sclerotiorum vem aumentando em campos de cultivo de soja, devido ao cultivo de espécies altamente suscetíveis na safrinha e a utilização de sementes contaminadas por S. sclerotiorum. Estudos envolvendo produção de inóculo, controle alternativo e químico, metodologia de inoculação e resistência de genótipos de soja à Sclerotinia sclerotiorum constituíram os objetivos deste trabalho. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas LAMIP da Universidade Federal de Uberlândia. Os isolados utilizados foram obtidos de plantas de soja provenientes de Jataí-GO e Indianópolis-MG. Quanto à produção de escleródios, os resultados demonstraram que meios de cultura combinados com fubá foram mais promissores, tanto no rendimento, quanto no número de escleródios. Os meios de cultura feijão e girassol foram os mais promissores. Quanto às doses de fubá de milho, trigo para kibe e farinha de mandioca, o rendimento e número de escleródios decresceram com o aumento das concentrações. A concentração de 20% proporcionou maior produção de escleródios para os três complementos. Em relação ao controle alternativo, os resultados demonstraram que a maior inibição do crescimento micelial está diretamente proporcional ao aumento das doses de Azadirachta indica. A interação A. indica e Pongamia glabra foi significativa, sendo a dosagem de 1/3 de P. glabra a mais eficiente, com 65% de inibição. Quanto aos extratos vegetais, o fruto de Piper aduncum foi o mais promissor sobre a redução do crescimento micelial, com 43% de inibição. Os resultados referentes ao controle químico "in vitro" demonstraram que os fungicidas flutriafol, fluazinam, propiconazol, epoxiconazol + piraclostrobina, tebuconazol + trifloxistrobina, tebuconazol, ciproconazol + propiconazol, ciproconazol, fluquinconazol, tetraconazol, procymidone, iprodione, ciproconazol + trifloxistrobina, epoxiconazol, miclobutanil e difenoconazol inibiram o crescimento acima de 98% para os dois isolados. Quanto ao ensaio in vivo, houve diferença no efeito dos fungicidas, quando aplicados preventivamente e curativamente. O fungicida iprodione controlou melhor a doença, tanto em aplicações preventivas, como curativas. Quanto às inoculações em diferentes estádios de desenvolvimento de plantas de soja, os resultados demonstraram que as menores porcentagens de severidade da doença foram diretamente proporcionais à idade das plantas, determinando-se como estádios ideais de inoculação os estádios V2 (folhas e hastes) e V3 (folhas). Em relação aos métodos de inoculações, o disco permanente proporcionou resultados mais consistentes, seja em órgãos destacados como na própria planta, resultando em correlação significativa. Quanto à seleção de genótipos de soja, apenas 19 genótipos se comportaram como resistentes e moderadamente resistentes pelo método de inoculação na folha destacada. Em inoculações na planta, apenas 2 genótipos destes 19 foram moderadamente resistentes e os demais moderadamente suscetível a suscetível, gerando correlação não significativa. CAPÍTULO 2: Considerando a biologia de Sclerotinia sclerotiorum, os escleródios são fundamentais em seu ciclo de vida, pois são precursores dos apotécios e conseqüentemente dos ascosporos e produção de hifas. Estudos envolvendo o patógeno exigem a disponibilidade de inóculo. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar meios de cultura à base de vegetais e concentrações de fubá de milho, farinha de mandioca e trigo para kibe sobre a produção de escleródios. Os meios de cultura à base de vegetais estudados foram: cenoura, repolho, soja, couve-flor, feijão, tomate, girassol, vagem, batata, batata-doce e abóbora, com e sem adição de fubá de milho. Em relação ao ensaio de concentrações de fubá de milho, trigo e farinha de mandioca, as concentrações estudadas foram: 0, 5, 20, 35, 50, 65, 85 e 100% em adição ao substrato feijão. Os meios de cultura estudados nos dois ensaios foram umedecidos com água destilada. Os Erlenmeyers contendo os meios de cultura foram esterilizados a 120C, por 20 minutos. Após 12 horas de resfriamento dos meios de cultura, 5 discos de micélio de 6 mm de diâmetro foram inoculados em cada frasco de erlenmeyer. Os frascos foram incubados a 22 3C e fotoperíodo de 12 horas, durante 30 dias consecutivos (meios de cultura à base de vegetais) e 45 dias (concentrações de fubá de milho, trigo e farinha de mandioca). Decorrido o período de incubação, os escleródios foram separados do meio original através de lavagem em água corrente sobre malha de 2 mm. Os escleródios foram secos sobre papel toalha, por 48 horas, a temperatura ambiente. Em seguida, determinou-se o peso e o número de escleródios. Com base no peso dos escleródios, determinou-se o rendimento para cada meio de cultura estudado. Pelos resultados obtidos, verificou-se que meios combinados com fubá de milho foram mais promissores, independente do vegetal utilizado, tanto no rendimento, quanto no número de escleródios, sendo que os melhores foram os meios de cultura a base de feijão e girassol. Quanto às concentrações de fubá de milho, trigo e farinha de mandioca, o rendimento e número de escleródios decresceram com o aumento das concentrações. A concentração de 20% proporcionou maior produção de escleródios, sendo fubá de milho e trigo os mais promissores. CAPÍTULO 3: O uso constante de defensivos agrícolas na agricultura tem despertado a busca por produtos naturais e sistemas de produção que causem menos impacto ao homem e ao meio ambiente. As plantas, por apresentarem uma diversidade de substâncias em sua composição, muitas vezes com potencial fungicida ou fungistático, vêm sendo estudadas para síntese de novos fungicidas no futuro como também na indução de resistência as plantas, ou ainda, serem utilizadas diretamente pelo produtor com a aplicação do extrato da planta cultivada. Considerando a importância do patógeno S. sclerotiorum para cultura da soja e demais culturas, este trabalho teve como objetivo estudar o efeito de óleo e extratos vegetais sobre o crescimento micelial do fungo. Concentrações de 25, 50, 75 e 100 ppm do ingrediente ativo azadiractina do óleo de Azadirachta indica foram estudadas em associação as doses de 0, 1/3, 1/6, 1/8 e 1/10 do óleo de Pongamia glabra. As doses de P. glabra foram obtidas sobre o volume do óleo de A. indica utilizado para obter as concentrações de 25, 50, 75 e 100 ppm de A. indica. No ensaio de extratos vegetais, as plantas estudadas foram: aroeirinha (Schinus molle L.), mentrasto (Ageratum conyzoides L.), alfafaca (Ocimum spp. L.), losna (Artemisia absinthium L.), jambolão (Syzygium cumini (L.) Skeels), arruda (Ruta graveolens L.), mandioca (Manihot esculenta Crantz), Santa Bárbara (Melia azedarach L.) e pimenta longa (Piper aduncum L.) Os extratos vegetais foram incorporados ao meio BDA na concentração de 30%. As partes botânicas estudadas foram as folhas, com exceção de pimenta longa que, além da folha, estudou-se o fruto. Para os dois ensaios, o tratamento testemunha foi utilizado como controle negativo e o fungicida procimidone a 10 ppm do ingrediente ativo como controle positivo. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 3 repetições (ensaio óleos vegetais) e 5 repetições (ensaio extratos vegetais). Os tratamentos foram adicionados após a autoclavagem do meio BDA, com a temperatura baixa. Após a solidificação do meio, discos de micélio de 6 mm de diâmetro foram depositados no centro das placas de Petri, e estas foram incubadas a temperatura de 22 3C e fotoperíodo de 12 horas por 48 horas. As avaliações foram iniciadas 24 horas após a incubação, perdurando até 48 horas após, momento em que as colônias fúngicas do tratamento testemunha atingiram toda a superfície do meio. Através dos dados, calculou-se a porcentagem de inibição do crescimento micelial. Os resultados demonstraram que a maior inibição do crescimento micelial foi diretamente proporcional ao aumento das concentrações de A. indica e P. glabra. A interação entre A. indica e P. glabra foi significativa, sendo a dosagem de 1/3 de P. glabra a mais eficiente com 65% de inibição. Nenhuma dosagem inibiu o crescimento em 100% igual ao fungicida procimidone. Quanto aos extratos vegetais, o fruto de Piper aduncum foi o mais promissor sobre a redução do crescimento micelial, com 43% de inibição. CAPÍTULO 4: O controle químico da podridão branca da haste da soja vem sendo realizado com base em estudos já realizados sobre o mofo branco na cultura do feijoeiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar fungicidas de diferentes grupos químicos sobre S. sclerotiorum in vitro selecionando-os para ensaios in vivo. Os fungicidas flutriafol, fluazinam, propiconazol, epoxiconazol + piraclostrobina, tebuconazol + trifloxistrobina, tebuconazol, ciproconazol + propiconazol, ciproconazol, fluquinconazol, tetraconazol, procimidone, iprodione, ciproconazol + trifloxistrobina, epoxiconazol, vinclozolin, protioconazol, azoxistrobina + ciproconazol, clorothalonil + tiofanato metílico, flutriafol + tiofanato metílico, miclobutanil, difenoconazol, carbendazim, benomyl, carboxin + thiram, tiofanato metílico, quintozeno, pencicuron, clorothalonil e azoxistrobina foram avaliados sobre o crescimento micelial de dois isolados de S. sclerotiorum, originados de Jataí-GO e Indianópolis-MG, em delineamento inteiramente casualizado, com 3 repetições. Após a solidificação do meio contendo a concentração de 100 ppm do ingrediente ativo, discos de micélio de 6 mm de diâmetro foram depositados no centro das placas de Petri. As placas foram incubadas a temperatura de 22 3 C e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram iniciadas 24 horas após a incubação, perdurando até 48 horas para o isolado de Jataí e 72 horas para o isolado de Indianópolis. Através dos dados, calculou-se a porcentagem de inibição do crescimento micelial. O ensaio in vivo foi realizado apenas com o isolado de Jataí em inoculações na cultivar FMT Tabarana no estádio V3. Os fungicidas utilizados em aplicações preventivas e curativas foram fluazinam, epoxiconazol + piraclostrobina, tebuconazol + trifloxistrobina, tebuconazol, ciproconazol + propiconazol, procymidone, iprodione, vinclozolin, protioconazol, azoxistrobina + ciproconazol e tiofanato metílico. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições. As avaliações foram realizadas 72 horas após a incubação a temperatura de 22 3 C e fotoperíodo de 12 horas, através de escala diagramática elaborada com a utilização do programa Quant. Os resultados in vitro demonstraram que os fungicidas flutriafol, fluazinam, propiconazol, epoxiconazol + piraclostrobina, tebuconazol + trifloxistrobina, tebuconazol, ciproconazol + propiconazol, ciproconazol, fluquinconazol, tetraconazol, procymidone, iprodione, ciproconazol + trifloxistrobina, epoxiconazol, vinclozolin, protioconazol, azoxistrobina + ciproconazol, clorothalonil + tiofanato metílico, flutriafol + tiofanato metílico, miclobutanil e difenoconazol inibiram acima de 98% o crescimento micelial para os dois isolados. Quanto ao ensaio in vivo houve diferença no efeito dos fungicidas, quando aplicados preventiva e curativamente. O fungicida iprodione comportou-se melhor sobre a doença nos dois modos de ação. CAPÍTULO 5: A reação de genótipos de soja à Sclerotinia sclerotiorum, bem como, os estádios fenológicos e métodos de inoculação eficientes para seleção de genótipos de soja à podridão branca da haste ainda não foram bem determinados. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram determinar o melhor estádio fenológico e método de inoculação de S. sclerotiroum em genótipos de soja e estudar a resistência parcial à doença podridão branca da haste. Para determinação dos estádios de inoculação, estudou-se os estádios fenológicos V1, V2, V3, V4 e R1 das cultivares MG/BR-46 (Conquista) e M-Soy 8200. Quanto aos métodos de inoculações, foram estudados disco de BDA permanente contendo micélio, permanecendo na folha até a avaliação, disco 24 horas, 24 horas após a inoculação o disco foi retirado, e disco toque, sendo este depositado e em seguida retirado. As inoculações ocorreram tanto nas folhas e nas hastes destacadas das plantas, quanto nas próprias plantas das cultivares MG/BR-46 (Conquista) e M-Soy 8200. Quanto a reação de genótipos de soja à doença, estudou-se 90 genótipos de soja que foram inoculados com disco de BDA permanente na folha destacada, acondicionada em caixas de gerbox. Dentre os 90 genótipos de soja avaliados, os que se comportaram como resistentes e moderadamente resistentes foram avaliados em inoculações na própria planta. As avaliações foram realizadas 72 horas após a incubação, a temperatura de 22 3C e fotoperíodo de 12 horas, com base em escala diagramática elaborada com a utilização do programa Quant. O delineamento experimental adotado para os ensaios foi o inteiramente casualizado, com 3 repetições. Os resultados demonstraram que a menor severidade da doença foi diretamente proporcional à idade das plantas, determinando-se como estádios ideais de inoculação V2 (folhas e hastes) e V3 (folhas). Em relação aos métodos de inoculações, o disco permanente proporcionou melhores resultados para inoculação de S. sclerotiorum em variedades de soja, tanto para órgãos destacados, como na planta, proporcionando uma correlação significativa. Quanto à seleção de genótipos de soja, apenas 19 genótipos se comportaram como resistentes e moderadamente resistentes, pelo método de inoculação na folha destacada. Quando estes 19 genótipos foram inoculados na própria planta, apenas 2 foram moderadamente resistentes e os demais moderadamente suscetíveis a suscetíveis. Neste caso, a correlação não foi significativa, possivelmente devido ao número de genótipos utilizadosque foram apenas dois (suscetíveis), para avaliação dos métodos de inoculação, e 19 com reação diferenciada, para avaliação da resistência.

ASSUNTO(S)

produção de escleródios resistência produção de escleródios fungicidas estádios fenológicos glycine max inoculation methods mycelial growth stem white rot soybean resistance inoculation methods s. sclerotiorum métodos de inoculação concentrações crescimento micelial podridão branca da haste soja - doenças e pragas alternative and chemical control water extracts and vegetable oils mycelial growth agronomia controle alternativo e químico meios de cultura extratos aquosos e óleos vegetais crescimento micelial métodos de inoculações e resistência de soja sclerotium production resistance fungicides phenological stages

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