Inicial formation of teachers mediated by writing and by the analysis of narratives on numerical operation / Formação inicial de professoras mediada pela escrita e pela analise de narrativas sobre operações numericas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O trabalho apresenta um estudo sobre a formação inicial de professoras que ensinam matemática para os anos iniciais do ensino fundamental mediada pela escrita e pela análise de narrativas sobre as operações numéricas. Teve por objetivo analisar e interpretar como se dá o processo de aprendizagem profissional e de (re)significação do sistema de numeração decimal e das quatro operações aritméticas básicas em alunas de um curso de Pedagogia, bem como os indícios de mudança da relação com a matemática e seu ensino ao longo da experiência formativa, quando utilizados recursos das dinâmicas de cooperação e das narrativas. No percurso da pesquisa foram utilizados, entre outros autores, aportes teóricos de Josso (2004; 2006), Freitas (2006) e Suárez (2008) relativamente às narrativas e escritas de si, e de Fiorentini (2006) e Nacarato (2008) no que se refere aos conteúdos matemáticos e didático-pedagógicos. A coleta de dados teve por base as dinâmicas de cooperação (Alrø e Skovsmose, 2006), as práticas reflexivas exploratório investigativas e as escritas de narrativas pelas alunas. Os dados originaram-se de três fontes distintas: da professora-pesquisadora, das alunas, individualmente, e do grupo de alunas a partir dos trabalhos colaborativos realizados em duplas, pequenos grupos ou grupo-classe. Foram coletados por intermédio de registros escritos, diário de campo e gravações em áudio ou vídeo. As práticas em sala de aula centraram-se nas quatro operações aritméticas fundamentais: adição, subtração, multiplicação e divisão. Para cada uma delas ocorreram três etapas de trabalho: uma primeira, onde as alunas individualmente refletiam sobre a operação em pauta e registravam em seus cadernos as formas que utilizavam para realizá-las, utilizando o cálculo mental e algoritmos aprendidos na escola básica; uma segunda, onde em duplas ou pequenos grupos narravam às colegas seus procedimentos, elaborando um registro único do grupo; e uma terceira, com toda a turma, que envolvia a socialização dos diferentes registros, em que se buscava a reconstrução de estratégias utilizadas na realização das operações e também alternativas para o ensino de algoritmos convencionais ou não. As análises feitas apontam que os procedimentos utilizados auxiliaram na (re)significação de conceitos matemáticos e na construção de perspectivas pedagógicas para o ensino de Matemática nos anos iniciais. As aulas e o desenvolvimento da pesquisa explicitaram as incompreensões das alunas, permitindo a exposição de suas angústias e ansiedades, o que proporcionou a interlocução entre as vidas das alunas, de seus ambientes socioculturais e incentivou o processo de desnaturalização da transmissão dos algoritmos. Foi possível a percepção de que as operações matemáticas podem ser aprendidas a partir da utilização dos recursos do cálculo mental e da utilização das propriedades a elas relacionadas, mesmo que de forma intuitiva. Além disso, as narrativas aliadas às dinâmicas de cooperação potencializadas pelo diálogo mostraram-se ingredientes fundamentais no ambiente de ensino e aprendizagem.

ASSUNTO(S)

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