Ingestão dietética de tirosina e fenilalanina e níveis plasmáticos de p-cresil sulfato em pacientes com doença renal crônica não dialisados

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Nephrol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

RESUMO Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam desequilíbrio na composição da microbiota intestinal, gerando toxinas urêmicas, como o p-cresil sulfato (PCS), pela fermentação bacteriana dos aminoácidos tirosina (Tyr) e fenilalanina (Phe) da dieta. Assim, a dieta pode ser determinante nos níveis de toxinas urêmicas produzidos pela microbiota intestinal. O objetivo deste estudo foi avaliar a possível relação entre a ingestão de Tyr e Phe e os níveis plasmáticos de PCS em pacientes com DRC não dialisados. Métodos: Foram avaliados 27 pacientes com DRC em tratamento conservador (estágios 3 e 4), sem intervenção nutricional prévia. A ingestão alimentar foi avaliada pelo recordatório alimentar de 24h (R-24h) de 3 dias, e a ingestão proteica também foi verificada através do Protein Nitrogen Appearance (PNA). Os níveis plasmáticos de PCS foram determinados por cromatografia líquida de fase reversa. Resultados: Os pacientes avaliados (TFG, 34,8 ± 12,4 mL/min, 54,2 ± 14,3 anos, IMC 29,3 ± 6,1 kg/m2) apresentaram ingestão média de proteína de 1,1 ± 0,5 g/kg/dia, Tyr de 4,5 ± 2,4 g/dia e Phe de 4,6 ± 2,5 g/dia. Os níveis plasmáticos de PCS (20,4 ± 15,5 mg/L) foram elevados e positivamente associados à ingestão de Tyr (r = 0,58, p = 0,002) e Phe (r = 0,53, p = 0,005), mesmo após ajustes pela TFG e idade. Conclusão: Este estudo sugere que a dieta é um importante modulador dos níveis plasmáticos de toxinas urêmicas produzidas pela microbiota intestinal em pacientes com DRC não dialisados.

Documentos Relacionados