Influência do treinamento sobre a ativação neuronal hipotalâmica induzida pelo exercício físico

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/10/2011

RESUMO

Objetivo: verificar se as alterações produzidas pelo treinamento físico sobre o balanço térmico são acompanhadas por modificações na ativação neuronal hipotalâmica em decorrência do exercício progressivo até a fadiga. Material e métodos: foram utilizados ratos Wistar, com idade entre 3-4 semanas, os quais foram divididos em: (1) grupo treinado (T); (2) grupo não treinado (NT); e (3) grupo naïf. O protocolo de treinamento físico consistiu de corrida em esteira durante 8 semanas/5 dias por semana. A intensidade e a duração do exercício foram aumentadas gradualmente até que os animais atingissem a velocidade de 25 m/min durante 60 minutos. Transcorrido o treinamento físico, os animais dos grupos T e NT foram submetidos à sessão de exercício progressivo até a fadiga (velocidade inicial de 10 m/min, com aumento de 1 m/mim a cada 3 minutos, 5% de inclinação da esteira). Enquanto os animais realizavam o teste de exercício progressivo, a temperatura corporal interna (Tc), a temperatura da cauda (Tcauda), o tempo de exercício até a fadiga e a velocidade máxima atingida foram registradas. A partir dos dados obtidos foram calculados: o trabalho, a taxa de aquecimento corporal, o calor acumulado e o limiar térmico para vasodilatação da cauda (TTcV). Noventa minutos após o final da sessão de exercício físico progressivo, os cérebros dos animais foram preparados para a realização do procedimento de imunohistoquímica. Foi realizada imunomarcação para a proteína Fos nas seguintes áreas hipotalâmicas: núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN), núcleo pré-óptico medial (MPO) e núcleo pré-óptico mediano (MnPO). Resultados: como esperado, os animais do grupo T apresentaram maior tempo de exercício até a fadiga (71,0 ± 2,6 min, T vs 38,6 ± 1,9 min, NT, p <0,01) e aumento de 110% no trabalho realizado (p <0,01) em comparação com os animais NT. No entanto, as variações da Tc e da Tcauda durante o exercício progressivo foram similares entre os grupos. Foi observado decréscimo de 0,6°C do TTcV (p <0,01) no grupo T quando comparado com o NT. Tal efeito possivelmente foi responsável pela menor taxa de aquecimento corporal e menor razão entre o calor acumulado e o trabalho realizado pelos animais T (Taxa de aquecimento corporal: 0,019 ± 0,002 °C.min-1, T vs 0,030 ± 0,005 °C, NT, p <0,04; Calor acumulado/trabalho: 18,18 ± 1,65 cal/Kgm, T vs 31,38 ± 5,35 cal/Kgm, NT, p <0,03). O treinamento físico aumentou em 112% o número de neurônios imunorreativos ao c-Fos no PVN, em 90% no MPO e em 65% no MnPO após o exercício progressivo, em relação ao grupo NT (p <0,01). É interessante ressaltar que a imunomarcação c-Fos nestes núcleos também foi maior nos animais T e NT em relação ao grupo naïf (p <0,01). A ativação neuronal do PVN, do MPO e do MnPO se mostrou intimamente associada com o trabalho desempenhado pelos animais durante o exercício progressivo (PVN, r = 0,97, p <0,01; APOM, r = 0,86, p <0,01; MnPO, r = 0,77, p <0,05). Conclusões: os dados indicam que o treinamento físico intensifica a ativação neuronal do PVN, do MPO e do MnPO induzida pelo exercício progressivo. Tal aumento da ativação neuronal está relacionado com a melhora do desempenho físico e provavelmente contribui para o aprimoramento do balanço térmico através da facilitação da dissipação de calor, uma vez que a razão entre o acúmulo de calor e o trabalho foi 72% menor no grupo T.

ASSUNTO(S)

fisiologia teses. exercícios físicos aspectos fisiológicos teses. fadiga teses. hipotálamo teses. ativação neuronal

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