Influência do tipo de reconstrução coronoradicular e remanescente dentário no comportamento biomecânico de incisivos tratados endodonticamente

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2012

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do tipo de coroa, retentor e a quantidade de remanescente coronário na distribuição de tensões, deformação, resistência à fratura e padrão de fratura de incisivos centrais tratados endodonticamente. Para geração do modelo 3D foi selecionado incisivo central superior hígido. A geometria do esmalte e dentina foi mapeada com scanner de contato 3D. A dentina foi seccionada longitudinalmente no sentido mesio-distal e realizado o escaneamento do espaço negativo referente à polpa. Os arquivos *.STL foram exportados para programa Bio-CAD (Rhinoceros-3D) para modelagem com superfícies NURBS. Os modelos foram exportados para o programa de elementos finitos (FEMAP-NeiNastran), onde foi realizado a malhagem, inserção das propriedades mecânicas e condições de contorno. Foram gerados 13 modelos: incisivo hígido e 12 modelos de acordo com os 3 fatores em estudo: tipo de retentor em dois níveis: pino de fibra de vidro (PFV) e núcleo moldado fundido (NMF), tipo de coroa restauradora em dois níveis: coroa cerâmica (CC) ou coroa metálica (CM) e remanescente coronário em três níveis: remanescente de 2 mm (RE2), remanescente de 1 mm (RE1) e ausência de remanescente (ARE). Foi simulada aplicação de pressão constante no valor de 100N. Os resultados foram analisados pelo critério de von Mises e tensão máxima principal. 120 raízes bovinas foram tratadas endodonticamente e dividas em 12 grupos (n=10) de acordo com os mesmos fatores da análise por elementos finitos. Um carregamento contínuo de 0 a 100 N foi aplicado na superfície palatina em um ângulo de 135 em 5 amostras de cada para mensurar a deformação radicular na superfície vestibular e proximal seguido do carregamento contínuo até a fratura dos espécimes (n=10). Os dados foram analisados por ANOVA 3-way e teste de Tukey HSD (p<0,05). As CC e CM associadas ao pino de fibra de vidro demonstraram distribuição homogênea das tensões pela dentina radicular. O NMF demonstrou altas concentrações de tensões no interior do canal radicular. Diferenças significantes foram encontradas entre os valores de resistência à fratura: CCPFV ARE: 607,364,9 B,b; RE1: 890,5180,9 A,a; RE2: 922,8106,2 A,a; CC-NMF ARE: 724,582,3 B,b; RE1: 916,2104,74 A,a; RE2: 1026,1240,6 A,a; CMPFV ARE: 653,6150,8 AB,b; RE1: 670,7123,5 B,ab; RE2: 793,9133,3 B,a; CM-NMF ARE: 749,7179,0 A,b; RE1: 829,9179,03 A,a; RE2: 913,6220,0 A,a. Os dentes restaurados com PFV associados com coroas cerâmicas apresentaram padrão de fratura favoráveis. A ausência de remanescente determinou maiores valores de deformação na face vestibular. Na superfície proximal os menores valores de deformação foram observados na presença de RE2. A deformação proximal não foi influenciada pelo fator remanescente nos grupos CC-NMF. Pode-se concluir que a presença do RE1 e RE2 influenciou positivamente na deformação, padrão de distribuição de tensão, resistência e padrão de fratura independente do tipo de reconstrução corono-radicular. Na ARE, a associação entre CC e PFV apresentou melhor comportamento biomecânico. PFV associados ao preenchimento em resina composta apresentaram distribuição homogênea das tensões pela dentina radicular. A utilização de NMF associados a coroas metálicas e cerâmicas promoveram altas concentrações de tensão no interior do canal radicular.

ASSUNTO(S)

remanescente coronário tipos de reconstrução interna e coroa restauradora deformação e resistência à fratura análise de tensões dentes tratados endodonticamente odontologia materais dentários biomecânica remaining coronal structure type of internal reconstruction and crown restoration strain and fracture resistance stress analysis root filled teeth

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