Influência do tempo decorrido entre o término da operação e a admissão na unidade de terapia intensiva, na previsão do APACHE II e na letalidade dos doentes operados de urgência

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO: Com freqüência os doentes são admitidos nas unidades de terapia intensiva com atraso em relação ao momento da indicação deste atendimento. Objetivamos verificar, nos doentes operados de urgência, se esse atraso interfere na letalidade hospitalar, na permanência na unidade e no hospital, e na predição do escore APACHE II. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: De acurácia, prospectivo, na unidade de terapia intensiva da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, hospital terciário e universitário. MÉTODOS: Foram avaliados todos os 94 doentes admitidos de agosto/2002 a julho/2003, após operações de urgência. As variáveis estudadas foram: APACHE II, risco de óbito, permanência na unidade e no hospital e letalidade hospitalar. Foram comparados dois grupos de doentes divididos conforme o intervalo de tempo entre o fim da operação e a admissão na unidade: até 12 h e após 12 h. RESULTADOS: Os grupos eram semelhantes quanto ao sexo, idade, diagnóstico, APACHE II, tempo de internação, bem como de hospitalização. Os fatores de risco de óbito foram idade, APACHE II e tempo de retardo na internação (p < 0,02). A letalidade do grupo após 12 h foi maior (54.9% x 26.1%; p = 0,018). A letalidade observada foi maior que a esperada no grupo após 12 h (p = 0,015), enquanto a letalidade observada no grupo até 12 h foi semelhante à esperada (p = 0,288). CONCLUSÕES: O APACHE II previu melhor a letalidade do grupo de doentes que entraram mais rapidamente na unidade de cuidados intensivos, enquanto a letalidade hospitalar foi maior nos doentes que demoraram mais para a admissão na unidade de terapia intensiva.

ASSUNTO(S)

apache unidades de terapia intensiva prognóstico fatores de tempo mortalidade hospitalar

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