Influência do polimorfismo I/D do gene da enzima conversora de angiotensina sobre a hipotensão pós-exercício de jovens normotensos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Atualmente sabe-se que tanto fatores ambientais quanto genéticos, além do próprio processo de envelhecimento, interferem na manutenção de níveis pressóricos adequados. Nesse sentido, o exercício físico pode ser considerado um importante instrumento de controle da pressão arterial (PA), uma vez que após a sua realização é observada redução nos valores pressóricos em relação ao pré-exercício, o que é conhecida como hipotensão pós-exercício (HPE). Contudo, como mencionado, a PA sofre influência de inúmeras variáveis e inclusive genéticas, sendo o polimorfismo de inserção/deleção (I/D) no gene da enzima conversora de angiotensina (ECA) bastante investigado nas últimas décadas, dentre outras mutações. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a possível influência do polimorfismo I/D no gene da ECA sobre a HPE de indivíduos jovens, normotensos e fisicamente ativos. A amostra foi composta por 62 homens com boa aptidão aeróbia (23,34,2 anos; 75,59,8 kg; 177,75,5 cm; 23,92,5 kg/m2; 12,04,6 % de gordura corpórea; 50,26,2 mL.kg.min-1), separados em três grupos em função do polimorfismo I/D (DD: n=16; II: n=15; ID: n=31). Os participantes realizaram além do teste incremental para determinação do VO2máx, outros três testes randomizados para a análise da HPE, sendo: sessão de performance em 1600m (T1600m), esforço máximo; sessão submáxima de 20 minutos (T20); sessão controle sem exercício (SC). Foram mensuradas a PA e a frequência cardíaca (FC) de repouso pré-exercício, imediatamente ao final das sessões e por uma hora a cada 15 minutos após as sessões, na posição sentada. Os principais resultados foram que tanto a sessão máxima quanto submáxima proporcionaram HPE na amostra investigada, sendo que o grupo com o genótipo II apresentou maior decaimento da PA quando comparado aos grupos DD e ID. Ainda, pôdese observar que o grupo DD não apresentou HPE para a PA diastólica (PAD) em ambas as sessões de exercício, diferentemente dos outros grupos genotípicos. Quanto à intensidade do exercício, houve HPE em ambas as sessões T20 e T1600, sendo que em intensidades mais elevadas houve maior queda da PA aos 45 minutos pós-exercício. Quando comparado o valor médio de decaimento (durante uma hora após o exercício) da PA, FC e duplo produto (DP) em função dos genótipos foram observadas diferenças entre T20 e T1600 apenas para a FC e DP dos grupos DD e ID, havendo apenas uma tendência do exercício realizado em maior intensidade de proporcionar maior queda pressórica para cada genótipo. Assim, conclui-se que houve HPE máximo e submáximo em condições não laboratoriais de homens jovens, normotensos e fisicamente ativos, podendo o polimorfismo I/D no gene da ECA ter influenciado a resposta hipotensora ao exercício, com maior decaimento da PA para os indivíduos carreadores do alelo I e principalmente com genótipo II, além de não se observar HPE para a PAD no grupo DD.

ASSUNTO(S)

aptidão física em jovens pressão arterial enzima conversora da angiotensina inibidores polimorfismo genética educacao fisica exercise blood pressure post-exercise hypotension angiotensin-converting enzyme

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