Influência da vibração de corpo inteiro e/ou ruído na audição de indivíduos sentados

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2011

RESUMO

Os riscos físicos, ruído e vibrações de corpo inteiro (VCI), são freqüentemente encontrados em ambientes ocupacionais. Entretanto, os efeitos da VCI isolada e da combinação (VCI e ruído) na audição humana são pouco estudados ou claros. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho foi verificar os efeitos da VCI e ruído, isolados e combinados, na audição humana. Adicionalmente, como objetivos secundários, foram investigados também sintomas auditivos e extra-auditivos presentes após estas exposições, se há diferenças entre a audição de homens e mulheres e entre orelha direita e esquerda. Dezenove voluntários (10 homens e 9 mulheres), adultos jovens saudáveis foram submetidos a todas as seguintes situações de testes: 1) apenas ruído (duas exposições de 18 minutos cada, à Níveis de Pressão Sonora Elevados (NPSE) (ruído branco a 96 dB(A)); 2) apenas vibração (duas exposições de 18 minutos cada, à VCI (eixo z, 5 Hz a 2,12 m/s2 rms)) e 3) vibração + ruído (duas exposições de 18 minutos cada à NPSE e VCI simultaneamente, com as mesmas características anteriormente descritas). Houve um intervalo de 10-12 minutos entre a 1ª e 2ª exposição a cada estímulo. A audição dos voluntários foi avaliada através dos exames de audiometria e Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPD). O resultado dos exames realizados antes dos testes foi utilizado como valor de referência. A comparação dos exames realizados pré e pósexposição visou verificar a ocorrência de alterações temporárias da audição. Os resultados foram analisados estatisticamente através dos testes T de Student, Wilcoxon e Mann- Whitney, dependendo do objetivo a ser verificado. Os resultados indicaram que a VCI isolada não ocasionou alteração auditiva temporária significativa, enquanto tanto o ruído isolado, quanto a combinação (NPSE + VCI) provocaram tais alterações, principalmente nas freqüências agudas entre 2000 Hz - 8000 Hz. A combinação não foi significativamente pior que a exposição à NPSE isolado, ou seja, não foi observado efeito sinérgico da combinação (NPSE+VCI). Após as exposições à VCI não foram observados sintomas auditivos, apenas extra-auditivos, como cansaço, dor na coluna e desatenção. Após as exposições à NPSE observou-se presença dos sintomas auditivos zumbido, plenitude auricular e sensação de piora da audição, e os sintomas extra-auditivos cansaço, irritação, nervosismo, ansiedade e desatenção. Após as exposições à NPSE+VCI os mesmos sintomas auditivos constatados após NPSE estiveram presentes e praticamente os mesmos sintomas extra-auditivos detectados após VCI estiveram presentes. Não houve diferença entre a audição de homens e mulheres, como também não houve diferença entre a audição da orelha direita e esquerda para a audiometria. Entretanto para a EOAPD observou-se que em 3984 Hz a orelha esquerda foi melhor que a direita e em 6000 Hz a orelha direita foi melhor que a esquerda. Portanto, este resultado foi útil na seleção dos dados para análise estatística, enquanto foram pouco conclusivos quanto à existência ou não de diferença entre as amplitudes de resposta da EOAPD, sendo necessária uma amostra mais representativa para se chegar à conclusão de tal magnitude.

ASSUNTO(S)

engenharia mecânica teses.

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