Influência da técnica restauradora na distribuição de tensões, resistência à fratura e deformação de cúspides de pré-molares tratados endodonticamente

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar a resistência à fratura, deformação de cúspide e distribuição de tensões de pré-molares superiores humanos tratados endodonticamente, com preparos cavitários para restaurações diretas e indiretas restaurados com amálgama, resina composta, resina laboratorial e cerâmica, e ainda correlacionar os resultados destas três metodologias. Foram selecionados 70 pré-molares superiores humanos hígidos com dimensões semelhantes, que foram inseridos em resina de poliestireno, simulando o ligamento periodontal. Os dentes receberam tratamento endodôntico e foram divididos aleatoriamente em 7 grupos (n=10): H (controle) dentes hígidos; PD - dentes com preparo tipo mesio-ocluso-distal (MOD) para restaurações diretas; PI - dentes com preparo tipo MOD para restaurações indiretas; AM - dentes com preparos MOD, restaurados com amálgama; RCD - dentes com preparos MOD, restaurados com resina composta; RCI - dentes com preparos MOD restaurados com resina laboratorial; CE - dentes com preparos MOD restaurados com cerâmica reforçada. Os corpos-de-prova foram submetidos a carregamento axial de compressão em máquina de ensaio mecânico com velocidade de 0,5 mm/minuto até a fratura. O padrão de fratura foi classificado em 4 tipos. Os dados de resistência à fratura foram obtidos em Kgf, submetidos à análise de variância empregando ANOVA e teste de Tukey (p<0,05). Para o ensaio de extensometria, 21 dentes a serem empregados no estudo de resistência à fratura com padrão dimensional médio das amostras foram selecionados (n=3). Dois extensômetros foram fixados paralelos ao longo eixo do dente nas faces vestibular e lingual do dente e as amostras foram submetidas a carregamento axial de compressão contínuo até 150N em velocidade de 0,5 mm/minuto. Foram obtidos valores de microdeformação (μS) da cúspide vestibular, lingual e de forma cumulativa. Os dados obtidos com aplicação máxima de 150N para análise da associação da cúspide vestibular e palatina submetidos à análise de variância e teste de Dunnet (p<0,05). Para análise pelo método de elementos finitos foram gerados 7 modelos numéricos correspondentes a cada grupo experimental que foram analisados em software Ansys 7.1, empregando critério de von Mises para análise da distribuição de tensões. Os valores de resistência a fratura foram: H- 114,7 23,60A; RCD- 94,3 20,61B; RCI- 93,0 18,40B; CE- 78,7 13,11C; AM- 41,5 16,38D; PD- 38,7 15,11D; PI- 22,9 14,21E. Os valores de resistência de microdeformação foram: PI-636,20A; PD- 529,87A; AM- 462,72; RCI- 144,99B; RCD- 102,01B; H- 59,15B e CE- 56,74B. A análise por elementos finitos, mostrou que a remoção de estrutura dental e o tipo de material restaurador alteraram o padrão de distribuição de tensões dos modelos numéricos. Pode-se concluir que dentes com menor remoção de estrutura e presença de restaurações adesiva apresentaram maiores valores de resistência à fratura. O padrão de fratura dos dentes com restaurações em resina indireta, em amálgama e não-restaurados foram fraturas catastróficas; no entanto, dentes hígidos e restaurados com cerâmica apresentaram padrão de fratura menos severos. O tipo de preparo e material restaurador influencia diretamente na deformação de cúspides e distribuição de tensões. As restaurações adesivas apresentaram maior similaridade com o comportamento biomecânico dos dentes hígidos, reforçando a estrutura dental, enquanto que as restaurações em amálgama apresentaram comportamento mais similar aos dentes não restaurados.

ASSUNTO(S)

elementos finitos técnica restauradora extensometria biomecânica obturações (odontologia) resistência à fratura pré-molares odontologia

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