Influência da suplementação de retinol palmitato sobre os níveis de vitamina A no leite de puérperas saudáveis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Fatores como a tendência à diminuição dos níveis de retinol sérico das gestantes, barreira placentária e aumento da demanda de retinol, fazem com que puérperas e lactentes representem grupos de risco de deficiência em vitamina A, nutriente que participa de processos vitais, como a diferenciação, proliferação celular e apoptose. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da suplementação de retinol palmitato (200.000 UI) sobre os níveis de retinol no leite de puérperas da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), intervenção que vem sendo adotada pelo Ministério da Saúde desde 2002. O experimento do tipo longitudinal teve como participantes 106 puérperas (68 do grupo suplementado e 38 do grupo controle). A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) foi o método utilizado para dosar retinol das amostras de leite e soro; e o crematócrito para determinar os níveis de gordura no leite. A quantificação do retinol apresentou médias de 99,0 64,4 ug/dl para o colostro; 160,1 94,4 ug/dl para o colostro 6 horas após suplementação; 68,9 33,S ug/dl para o leite de transição e 30,6 15,2 ug/dl para o leite maduro do grupo suplementado. As diferenças foram significativas entre todas as médias. O grupo controle também demonstrou médias de retinol significativamente diferentes, sendo estas superiores no colostro 88,6 62,1 ug/dl, reduzindo para 61,9 30,1 ug/dl no leite de transição e 32,9 17,6 ug/dl no leite maduro. Nenhuma diferença significativa foi observada quando as médias do retinol referentes aos três tipos de leite do grupo suplementado foram comparadas com as respectivas médias do grupo controle. A prevalência encontrada no soro (35,1% e 81,1 % para o ponto de corte 20 ug/dl e 30 ug/dl, respectivamente) e no leite (51,4%) revelou a deficiência de vitamina A como problema de saúde pública. A gordura do leite colostro, transição e maduro variou de forma semelhante no grupo suplementado (1,92 0,96; 3,25 1,27 e 3,31 1,36 gramas) e controle (1,87 1,14; 3,25 1,31 e 3,36 1,67 gramas), ocorrendo diferença entre colostroltransição e colostro/maduro. Não houve diferença entre os grupos. O seguinte trabalho demonstrou que a suplementação utilizando 200.000 UI não foi capaz de elevar os níveis de retinol no leite até o momento esperado e, provavelmente, não foi fornecida em quantidade suficiente para satisfazer as demandas das mães com reservas hepáticas mais espoliadas. É viável sugerir que uma outra dose de igual valor seja ofertada, num intervalo de 30 dias a 60 dias pós-parto, verificando sempre a possibilidade de gravidez

ASSUNTO(S)

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