Influência da recessão e das variáveis macroeconômicas sobre a estrutura de capital setorial

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. contab. finanç.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

Resumo O objetivo do trabalho é analisar a influência da recente recessão e de variáveis macroeconômicas sobre o endividamento nos setores industriais brasileiros. A lacuna se configura pela preferência em investigar a reação da estrutura de capital em função dos setores econômicos. Entretanto, há de se considerar que setores industriais reagem de formas distintas diante de variações do cenário econômico, pois têm diferentes pontos ótimos de composição de estrutura de capital. A relevância do tema escolhido é realizar análise setorial do efeito da recessão e de variáveis macroeconômicas na composição da estrutura de capital, identificando os setores mais sensíveis. Também é relevante no aspecto de se apoiar em teorias financeiras clássicas aplicadas ao contexto atual, de forma a auxiliar na previsão da proporção do endividamento ante a oscilações de um conjunto de variáveis macroeconômicas. Como principais contribuições deste artigo, destacam-se a análise do nível de endividamento das empresas brasileiras ante a ocorrência de recessão e as variações na macroeconomia, identificando setores mais expostos a modificar sua estrutura de capital devido a esses fatores. Formularam-se seis hipóteses de pesquisa, testadas com o uso de regressão linear múltipla, com efeitos fixos em dois estágios a partir de dados em painel coletados de 211 empresas, classificadas em seis setores, com dados referentes ao período do primeiro trimestre de 2010 até o primeiro de 2018. Os resultados revelaram que a recente recessão brasileira foi relevante para a estrutura de capital dos setores pesquisados, sendo que a inflação foi significante apenas para o setor de saúde. O nível de endividamento do setor de materiais básicos mostrou-se o mais dependente das oscilações econômicas e o de telefonia e utilidades, o menos dependente. Adicionalmente, verificou-se que as variáveis específicas das empresas têm maior relevância na determinação da estrutura de capital quando comparadas às macroeconômicas.

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