Influência da luminosidade do sub-bosque no crescimento e características foliares de espécies arbóreas da Amazônia na fase juvenil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito da disponibilidade de luz do sub-bosque da floresta (inferida a partir da irradiância acima do dossel e dos valores de fração de céu visível-FCV no sub-bosque), no crescimento, nas características foliares (área foliar específica e espessura da folha) e taxas fotossintéticas (A) em dez espécies arbóreas na fase juvenil. Também foi estudado o efeito da variação diurna na A, e a relação entre A e as taxas de crescimento das arvoretas. O estudo foi realizado na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (Núcleo ZF-2) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Foram utilizadas espécies arbóreas, na fase juvenil, com até 3 m de altura. As trocas gasosas foram mensuradas com um sistema portátil de trocas gasosas utilizando-se duas folhas por planta e três plantas por espécie. Os dados de crescimento foram coletados nos anos de 2007 e 2008 e as demais variáveis foram coletadas nas épocas de chuva e seca de 2008. A fotossíntese saturada por luz (Amax) e a fotossíntese potencial da folha (Apot) foram medidas com luz saturante e concentração de CO2 em 380 μmol mol-1 e 2000 μmol mol-1 respectivamente. O efeito do horário do dia no movimento estomático e nas taxas fotossintéticas (Amax) foi avaliado mediante a coleta de dados entre 06:00 e 18:00h. Os conteúdos de clorofila e nitrogênio foliar foram obtidos respectivamente segundo os métodos de Arnon e Kjeldahl. Finalmente foi avaliado o efeito da irradiância do sub-bosque nas variáveis estudadas. A média de incremento anual em diâmetro (IAD) foi de 0,64 mm, enquanto que incremento anual em altura (IAA) as médias não ultrapassaram 0,08 m. Amax e a condutância estomática (gs) apresentaram forte variação diurna, sugerindo que a abertura dos estômatos nestas plantas seja modulada por fatores endógenos. Apot permaneceu relativamente constante ao longo do dia, mostrando pouca sensibilidade a variação em gs. Não houve efeito de Apot em IAA e IAD. Foi observado efeito das épocas do ano (seca e chuvosa) em Amax, índice de área foliar (IAF) e no conteúdo de clorofila. Na área de realização do estudo a média do IAF foi de 5,1, com os maiores índices obtidos na época de maior precipitação. A disponibilidade de luz no sub-bosque teve efeito significativo (p<0,05) em IAA, em Apot e no conteúdo de clorofila. Não foi observado efeito da luminosidade do sub-bosque na espessura, área foliar específica e no IAD. Concluiu-se que as pequenas variações nos níveis de luminosidade do sub-bosque da floresta influenciam as taxas de incremento somente em altura e que as pequenas variações de luz não foram suficientes para causar modificações anatômicas, particularmente, na espessura foliar e na área foliar específica.

ASSUNTO(S)

irradiância fotossíntese crescimento de arvoretas botanica

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