Influência da função pulmonar muscular periférica na capacidade funcional de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: O Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), ao longo do tempo, tornouse um instrumento importante na avaliação e acompanhamento clínico de pacientes com DPOC. A praticidade e reprodutibilidade desse teste impulsionou sua utilização global, com estudos metodologicamente direcionados a desfechos longitudinais, avaliando o impacto terapêutico de diversos recursos clínicos na sobrevida e na qualidade de vida de pacientes com DPOC. É latente a necessidade de uma melhor compreensão dos fatores que potencialmente podem influenciar o desempenho de pacientes com DPOC no TC6. Objetivo: Determinar qual variável entre o volume expirado forçado no 1o segundo (VEF1), a pressão parcial do oxigênio no sangue arterial (PaO2), a hipoxemia noturna e a força muscular do quadríceps femoral pode predizer a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (TC6) em pacientes com DPOC. Pacientes e Métodos: Um estudo observacional do tipo transversal, envolvendo trinta pacientes, com diagnóstico de DPOC, encaminhados ao Programa de Reabilitação Pulmonar Hospital Universitário de Brasília no período de primeiro de janeiro de 2007 a trinta de janeiro de 2008. A função pulmonar foi avaliada por espirometria, gasometria arterial e oximetria noturna no repouso e em ar ambiente. A força muscular pela contração voluntária máxima do quadríceps femoral, e a avaliação da capacidade funcional pelo TC6. Resultados: A análise de regressão bivariada mostrou que a força do quadríceps femoral foi a única variável com poder estatisticamente significativo (p = 0,002) em predizer a distância percorrida no TC6, sendo responsável por 38% da variância do teste. Para essas variáveis a relação estabelecida estatisticamente foi que para cada 01 kg de força do quadríceps femoral, os pacientes caminharam 5,9 metros no TC6. A distância percorrida no TC6 também teve correlação positiva e significativa com a capacidade vital forçada (CVF%) com p <0,05 e r2 = 0,15. A hipoxemia noturna não apresentou correlação com a distância percorrida no TC6 (p >0,05). O grupo de pacientes com PaO2 <60 mmHg expressou correlação forte e significativa, entre distância percorrida no TC6, CVF% e força do quadríceps femoral (p <0,01 com r2 = 0,67 e p <0,009 com r2 = 0,50, respectivamente). Conclusões: Nossos resultados indicam a importância da força muscular do membro inferior em testes de esforço submáximo. Entre as variáveis estudadas, somente a força de membro inferior pôde predizer a distância percorrida no TC6 em pacientes com DPOC. O desempenho no TC6 teve correlação positiva e significativa com a CVF%, contudo, não houve impacto negativo da hipoxemia noturna no teste. O grupo de pacientes com hipoxemia expressou correlação mais forte e significativa do que o grupo total de pacientes e do que o grupo com normoxemia, entre distância percorrida no TC6, CVF% e força muscular de membro inferior.

ASSUNTO(S)

hipoxemia hypoxemia teste de caminhada de seis minutos musculoskeletal system reabilitação pulmonar medicina six-minute walk test muscle strength sistema musculoesquelético copd pulmonary rehabilitation força muscular dpoc

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