Influencia da configuração do preparo cavitario na distribuição de tensões e resistencia a fratura de restaurações indiretas esteticas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar a influência da configuração do preparo cavitário na distribuição de tensões e resistência à fratura de molares restaurados com restaurações indiretas estéticas. Na primeira parte deste estudo (ensaio mecânico de fratura), noventa molares inferiores humanos hígidos com forma semelhante foram coletados e divididos em 9 grupos. Os dentes foram incluídos em resina de poliestireno e com material elastomérico foi reproduzido o ligamento periodontal. O grupo 1 foi constituído por dentes hígidos e os demais grupos definidos por preparos; 2) inlay conservador; 3) inlay extenso; 4) onlay com abertura conservadora [G2] com cobertura da cúspide mésio-vestibular; 5) onlay com abertura extensa [G3] com cobertura da cúspide mésio-vestibular; 6) onlay com abertura conservadora [G2] com cobertura de todas as cúspides vestibulares; 7) onlay com abertura extensa [G3] com cobertura de todas as cúspides vestibulares; 8) overlay com abertura conservadora [G2] - cobertura de todas as cúspides; 9) overlay com abertura extensa [G3] - cobertura de todas as cúspides. Os dentes foram moldados, as restaurações confeccionadas em cerâmica, Cergogold (Degussa), e então fixadas adesivamente. Após a fixação, os corpos-de-prova foram armazenados a 37ºC em 100% de umidade por 24 horas e então submetidos ao ensaio de fratura em máquina de ensaio universal, EMIC 500DL, com velocidade de 0,5 mm/minuto. Na segunda parte deste estudo (análise de elementos finitos) foi produzido desenho de um corte vestíbulo-lingual de molar inferior com dimensões representativas dos dentes selecionados. O desenho foi digitalizado em aplicativo MycroStation, reproduzindo os grupos 1, 2, 3, 4, 7, 8 e 9, que receberam restaurações em cerâmica e cerômero, sendo submetidos a ensaios de tensões através de elementos finitos, empregando o programa Ansys 6.1. Os valores de resistência à fratura foram submetidos a análise de variância em fator único, demonstrando que houve diferenças entre os grupos analisados. O teste de Tukey (α= 0.05) demonstrou que o grupo de dentes hígidos apresentou resistência significativamente superior aos demais grupos. Para os grupos restaurados empregou-se análise de variância fatorial 4X2 e verificou-se significância para o fator tipo de preparo, para a interação entre os fatores 1 1 extensão e tipo de preparo e não houve significância para o fator extensão isoladamente. O teste de Tukey foi então aplicado para a interação, verificando que o fator extensão do preparo foi significante apenas para os preparos onlay com recobrimento de apenas uma cúspide e overlay. Em relação à abertura conservadora, o preparo onlay recobrindo apenas uma cúspide apresentou a menor resistência quando comparado ao inlay e onlay recobrindo duas cúspides. Por outro lado, em relação à abertura extensa, o preparo do tipo overlay mostrou menor resistência que os demais com diferença significante em relação aos preparos inlay e onlay que envolvia as duas cúspides vestibulares. A análise comparativa para o padrão de distribuição de tensões para a análise em MI mostrou que houve sensível concentração de tensões na cúspide funcional e que as diferentes configurações de preparo mostraram pequenas variações da distribuição de tensões nesta região. Já no movimento de lateralidade, as tensões foram acentuadas nos modelos com abertura extensa. Quando se comparou o efeito do material restaurador, verificou-se maior concentração de tensões no interior da restauração cerâmica e maior transmissão de tensões à estrutura dental para as restaurações em cerômero. Ao analisar a concentração de tensões verificadas no MEF e as características de fraturas ocorridas nos ensaios mecânicos observou-se a existência de correlação direta entre os resultados dos métodos de estudo.

ASSUNTO(S)

porcelana resistencia de materiais resinas compostas

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