Influência da complexidade arquitetural de ramos vegetativos na riqueza e abundância de aranhas e outros artrópodes / Influence of architectural complexicity of vegetative branches on the richness and abundance of spiders and other arthropods

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A estrutura do hábitat tem sido um tema recorrente na literatura, havendo diversos estudos que correlacionaram uma maior complexidade estrutural do hábitat à riqueza e abundância dos mais variados taxa. Contudo, este é um tema de difícil generalização e as abordagens experimentais ainda são raras. A vegetação é um elemento que proporciona complexidade estrutural ao hábitat devido às diversas organizações arquiteturais de seus módulos. Diversos estudos demonstraram que os artrópodes associados às plantas são um dos grupos mais afetados pela arquitetura da vegetação, particularmente as aranhas. Logo, o objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos da arquitetura da vegetação sobre a abundância e riqueza de guildas de artrópodes, com ênfase na comunidade de aranhas. O estudo foi dividido em duas partes: (1) uma pesquisa exploratória, cujo objetivo foi correlacionar diferentes elementos arquiteturais das plantas com a comunidade de artrópodes, de forma a avaliar se determinados grupos de artrópodes são mais ou menos abundantes em determinadas configurações arquiteturais da vegetação; (2) uma pesquisa experimental, cujo objetivo foi manipular a arquitetura vegetal agrupando e espaçando os ramos vegetativos, de forma a avaliar os efeitos da densidade vegetal sobre a comunidade de artrópodes. Um total de 17 espécies de plantas e oito características arquiteturais foi utilizado na pesquisa exploratória. Já o experimento foi feito para três espécies de plantas e repetido em duas estações climáticas diferentes (seca e chuvosa) para avaliação dos efeitos sazonais sobre a resposta da comunidade de artrópodes à manipulação arquitetural da vegetação. Todos os dados de abundância e riqueza de artrópodes foram expressos por unidade de biomassa de planta e a disponibilidade de presas para os predadores (i.e., o total de artrópodes exceto o grupo de predadores sendo estudado) foi colocada como co-variável. Os padrões de abundância da comunidade de aranhas foram fortemente correlacionados à arquitetura da vegetação, tanto na pesquisa experimental quanto na exploratória. Já as guildas de outros artrópodes, com algumas exceções, foram pouco afetadas pela arquitetura da vegetação. Algumas guildas de fitófagos tiveram padrões consistentes de distribuição em plantas com diferentes arquiteturas. Estes padrões, por sua vez, ocorreram tanto na pesquisa exploratória quanto na experimental. A abundância de parasitóides e predadores (exceto aranhas) foi mais explicada pela disponibilidade de presas do que pela arquitetura per se. O padrão de distribuição das aranhas sobre as plantas pode ser explicado, em grande medida, pelo favorecimento que determinadas arquiteturas proporcionam aos hábitos de forrageio de cada guilda. Já o padrão de abundância das guildas de fitófagos em plantas com diferentes arquiteturas provavelmente decorre de uma modulação da taxa de predação, uma vez que a arquitetura da planta está vinculada à disponibilidade de refúgios

ASSUNTO(S)

habitat (ecologia) artrópode - ecologia habitat (ecology) arthropod

Documentos Relacionados