Indústria e território : o caso da cadeia produtiva de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos / Industry and territory : the case of productive chain of personal hygiene, perfumery and cosmetics
AUTOR(ES)
Erika Nogueira Pirola
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
O presente trabalho procura avançar no entendimento da cadeia produtiva de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), levando em conta seu padrão de concorrência e formas de segmentação do mercado. O grau de importância dos fatores competitivos entre os diferentes tamanhos de empresas é bastante diverso. Em geral, os fundamentos da competitividade estão apoiados em um conjunto de atributos impulsionados principalmente por modismos, que requerem investimentos em inovação. Ao mesmo tempo crescem vantagens cumulativas apoiadas em economias de escala e escopo, que remetem à dimensão global da concorrência. Apesar do atomismo típico do setor, quem domina são grandes corporações multinacionais. A facilidade de entrada de pequenas empresas é contrastada com a dificuldade de permanência e ascensão decorrente da ausência de escala. As vantagens inerentes ao crescente tamanho das empresas líderes são geradoras de cumulatividades inacessíveis às pequenas. Assim, transitar de pequenos para grandes tamanhos é quase impossível. Esse movimento torna-se mais progressivo com as constantes fusões e aquisições que têm ocorrido nas últimas décadas. As pequenas empresas, para se manterem no mercado, têm se valido das terceirizações onde se especializam nas operações ligadas à produção, enquanto a contratante direciona o foco no core business. A formação de pólos de competitividade é um fator positivo para as pequenas e médias empresas permanecerem no setor. Nesse sentido, fez-se um esforço de incorporar ao trabalho a dimensão territorial, de modo a contribuir para o estudo da relação entre indústria e território. Por fim, procurou-se incorporar um olhar sobre as tendências recentes e os desafios para o Brasil. Os produtos verdes ou orgânicos, em alta nos quatro cantos do mundo, podem vir a constituir um motor do crescimento da indústria brasileira de HPPC, dada a rica biodiversidade que o país possui. Mas se trata de uma cadeia complexa onde existe uma ponta atomizada, basicamente os nativos da floresta, que cuidam do extrativismo, cultivo e coleta e que, em geral, estão subordinados ao poder de comando de uma grande empresa; e as grandes corporações que possuem escala para trabalhar com as complexidades que esse setor impõe, que impedem que pequenas empresas desempenhem o papel de articular essa cadeia. Cabe ao Estado a tarefa de promover uma política que leve em conta essa questão e que permita que empresas nacionais consigam se internacionalizar e expandir suas fronteiras geográficas
ASSUNTO(S)
cosméticos - indústria concorrência biodiversidade política industrial cosmetics industry competition biodiversity industrial policy
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000794911Documentos Relacionados
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