Indução e transferência de resistência à intoxicação por Amorimia pubiflora em ovinos com doses não tóxicas de planta e conteúdo ruminal
AUTOR(ES)
Becker, Marciel, Carneiro, Faber Monteiro, Oliveira, Leonardo Pintar de, Silva, Mayara Inácio Vincenzi da, Riet-Correa, Franklin, Lee, Stephen Thomas, Pescador, Caroline Argenta, Nakazato, Luciano, Colodel, Edson Moleta
FONTE
Cienc. Rural
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-04
RESUMO
RESUMO: Amorimiapubiflora(Malpighiaceae) contém monofluoroacetato de sódio (MFA) e é uma das principais causas de "morte-súbita" em bovinos no estado de Mato Grosso, no Brasil. Este trabalho investiga a indução de resistência à intoxicação por A. pubiflora em ovinos, através da administração repetida de doses não tóxicas, e também se é possível transferir essa resistência para outros ovinos por transfaunação do fluido ruminal. Para a indução à resistência, um grupo com quatro ovinos (G1) recebeu doses diárias individuais de 0,5g kg-1 de folhas de A. pubiflora durante 20 dias. Após um intervalo de 15 dias, os ovinos desse grupo foram desafiados diariamente, durante 3 dias consecutivos, com a dose de 1g kg-1. A transferência de resistência à intoxicação por A. Pubiflora foi avaliada por transfaunação de conteúdo ruminal (100ml diariamente durante 10 dias) do G1, para cinco ovinos (G2). Após essa etapa, os cinco ovinos do Grupo G2 receberam a dose de 1g kg-1 por três dias (G2D2) e, após um intervalo de 3 dias, quatro ovinos do G2 receberam uma única dose de 3g kg-1 (G2D3). O grau de resistência foi conferido mediante o monitoramento do início dos sinais clínicos, frequência cardíaca, desfecho da intoxicação e comparação com grupos controle, os quais foram desafiados com três doses repetidas de 1g kg-1 (G3) e uma dose única de 3g kg-1 (G4). Os parâmetros clínicos avaliados nos Grupos G1 e G2 foram significativamente menos evidentes do que os observados nos G3 e G4 (controles) (P<0,05). Os ovinos do G4 (controle) morreram após receber a dose única de 3g kg-1, enquanto os do G2 (transfaunados) sobreviveram. Esses achados indicam que o consumo de doses não tóxicas de A. pubiflora induz resistência em ovinos e que a resistência pode ser transferida por transfaunação. Novos experimentos são necessários para determinar as formas mais práticas para induzir resistência e a forma de usar essa técnica no campo para controlar a intoxicação por essa planta.
ASSUNTO(S)
mascagniapubiflora morte súbita microbiota ruminal monofluoracetato plantas tóxicas.
Documentos Relacionados
- Indução de resistência à intoxicação por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) mediante administração de doses sucessivas não tóxicas
- Transferência da resistência à intoxicação por Amorimia septentrionalis em caprinos mediante transfaunação de conteúdo ruminal proveniente de caprinos com resistência induzida pela inoculação de bactérias degradadoras de monofluoroacetato de sódio
- Importância da intoxicação por Amorimia pubiflora (Malpighiaceae) em bovinos em Mato Grosso: reprodução experimental da intoxicação em ovinos e bovinos
- Intoxicação experimental por Simarouba versicolor (Simaroubaceae) em ovinos e indução de resistência ao consumo da planta
- Administração repetida de doses não tóxicas de monofluoroacetato de sódio não protege contra a intoxicação por este composto em ovinos