Índices plasmáticos de interleucina-6, força muscular e capacidade funcional em idosas da comunidade.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O envelhecimento populacional ocorre de forma expressiva no Brasil e no mundo. Ele é acompanhado de um aumento na prevalência de doenças crônicas degenerativas e co-morbidades, refletindo na diminuição da capacidade funcional, da qualidade de vida e da autonomia desta população. As alterações relacionadas ao envelhecimento são peculiares e individuais e ocorrem nos diversos órgãos e sistemas. A disfunção do sistema imunológico relacionada à idade é denominada imunossenescência, e as alterações no sistema muscular, sarcopenia. Sarcopenia é definida como a perda de massa e de força muscular relacionada à idade, cujas alterações ocorrem independentemente da presença de doenças. A sarcopenia tem causa multifatorial e seu impacto sobre a diminuição da funcionalidade em idosos é evidente. Atualmente, a sarcopenia vem sendo relacionada ao processo de imunossenescência e, principalmente, ao aumento crônico de mediadores inflamatórios tais como a interleucina-6. O presente estudo teve como objetivo geral investigar a relação entre os índices plasmáticos de interleucina-6, as medidas de força muscular e de capacidade funcional em idosas residentes na comunidade. Foi realizado um estudo transversal com 57 mulheres idosas da comunidade de Belo Horizonte, Brasil, onde foram mensurados os índices plasmáticos de interleucina-6, força muscular de flexão e extensão de joelho pela dinamometria isocinética, testes funcionais como sentar e levantar da cadeira e marcha em velocidades habitual e rápida. Para a caracterização da amostra, foi usada a análise descritiva e, para averiguação da hipótese de normalidade das variáveis da amostra, o teste de Shapiro-Wilk. A correlação entre índice plasmático de interleucina-6, força muscular e capacidade funcional foi verificada pelo coeficiente de correlação de Spearman. As associações entre as variáveis faixa etária categorizada com os índices de interleucina-6 foram feitas pelo teste de Kruskal-Wallis. Para verificar a associação entre a interleucina-6 categorizada com a faixa etária, foi utilizado o teste Qui-Quadrado. A análise post hoc foi realizada pelo teste de Dunn. Foi encontrada nesta amostra uma correlação inversa significativa entre os índices plasmáticos de interleucina-6 (média1,95 + 1,77 pg/ml) e a força muscular na variável de trabalho por peso corporal para os músculos quadríceps (r = -0,315; p = 0,017) e isquiossurais (r = -0,265; p = 0,047) , na flexão (média 70,70%) e extensão (média 142,21%) do joelho, respectivamente. Os testes funcionais e de marcha não apresentaram correlações com os índices plasmáticos de IL-6 para esta amostra. Em todas as análises, foi considerando um nível de significância de igual a 0,05. Os resultados demonstraram que houve correlação inversa entre a IL-6 e a força muscular em idosas da comunidade, sugerindo que altos índices plasmáticos de interleucina-6 estiveram correlacionados com a diminuição da força muscular na amostra pesquisada. Este estudo aponta para a necessidade da compreensão por parte dos fisioterapeutas sobre a ação silenciosa e crônica dos mediadores inflamatórios no tecido muscular em idosos e para a importância das intervenções com exercícios para a redução da interleucina-6.

ASSUNTO(S)

envelhecimento aspectos fisiologicos teses. interleucina-6 decs capacidade motora testes teses.

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