Indicadores de adiposidade como método de rastreamento para polissonografia em trabalhadores de turno

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. saúde ocup.

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/05/2019

RESUMO

Resumo Objetivo: verificar o potencial discriminatório dos indicadores de adiposidade na predição da apneia obstrutiva do sono (AOS) em trabalhadores de turnos. Métodos: estudo transversal realizado em uma empresa de extração de minério de ferro, em Minas Gerais, Brasil. Dados antropométricos foram coletados e polissonografia (PSG) foi realizada em 118 trabalhadores de turno do sexo masculino que possuíam ao menos um fator de risco global para doença cardiovascular. Resultados: a prevalência de AOS na amostra foi de 84,7%. Entre os indicadores de adiposidade usados para predizerem a AOS (≥ 5 eventos/hora), o índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura (CC), a relação cintura/estatura (RCE) e a gordura corporal total (GCT), revelaram valores de sensibilidade acima de 70%. Gordura visceral (GV), circunferência do pescoço (CP) e relação pescoço-estatura (RPE) foram as mais efetivas em identificar corretamente trabalhadores sem AOS (valores de especificidade acima de 70%). As áreas sob a curva de Característica de Operação do Receptor (COR) para CC e RPE foram maiores que 0,7, o que indicou que o teste foi eficaz na discriminação de indivíduos com AOS. Conclusões: alterações nos indicadores de adiposidade abdominal e cervical têm relação significativa com a presença de AOS e demostraram eficácia como método de rastreamento para PSG. CC e RPE são considerados bons indicadores para predizerem a AOS.Abstract Objective: to verify the discriminatory power of adiposity indicators in the prediction of obstructive sleep apnoea (OSA) in shift workers. Methods: a cross-sectional study carried out in an iron ore extraction company, in Minas Gerais, Brazil. Anthropometric data were collected and polysomnography (PSG) was performed in 118 male shift workers who owned at least one overall risk factor for cardiovascular disease. Results: the OSA prevalence in the sample was 84.7%. Among the adiposity indicators used to predict OSA (≥ 5 events/hour), body mass index (BMI), waist circumference (WC), waist-to-height ratio (WHtR), and total body fat (TBF) showed sensitivity values higher than 70%. Visceral fat (VF), neck circumference (NC), and neck-to-height ratio (NHtR) were the most effective in correctly identifying workers without OSA (specificity values higher than 70%). The areas under the receiver operating characteristic (ROC) curves for WC and NHtR were greater than 0.7, which indicated the test was effective in discriminating individuals with OSA. Conclusions: alterations in abdomen and neck adiposity indicators have a significant relationship with the presence of OSA and showed effectiveness as a screening method for PSG. WC and NHtR are considered good indicators for OSA prediction.

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