Incorporação de lodo de esgoto na massa cerâmica para fabricação de tijolos maciços: uma alternativa para a disposição final de resíduo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A disposição final adequada do lodo de esgoto constitui um problema crescente enfrentado pelos prestadores de serviços de saneamento. Por outro lado, devido às suas características de produção, a Indústria Cerâmica possui uma enorme capacidade para absorver estes resíduos como parte de sua matéria-prima. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o uso de lodo de esgoto na Indústria Cerâmica como alternativa sustentável para a disposição final do resíduo. Além disso, busca avaliar a dosagem máxima de incorporação de lodo a qual resulte em tijolos maciços técnica e ambientalmente viáveis. Para determinar o percentual máximo de lodo de esgoto que pode ser incorporado à massa cerâmica, o experimento consistiu (1) na fabricação de tijolos cerâmicos em escala real contendo 0%, 5%,10%, 15%, 20%, 25%,30%, 35% e 40% de lodo, com as dimensões de 220x105x45 mm, moldados em laboratório e queimados em forno industrial; e (2) na avaliação técnica e ambiental desses tijolos, de acordo com as normas pertinentes. A massa cerâmica foi constituída por duas argilas com características distintas, provenientes do pátio de sazonamento de uma indústria de blocos cerâmicos, localizada no município de Goianinha/RN; e o lodo oriundo de uma empresa de caminhões limpa-fossa da cidade do Natal/RN. As avaliações técnicas permitiram concluir que a adição de lodo acarreta perda significativa da massa dos tijolos e que a absorção de água dos tijolos está significativa e diretamente ligada ao aumento da dosagem de lodo: os tijolos fabricados com lodo, em todas as dosagens, absorveram mais água do que o tijolo-testemunha. Destaca-se a dosagem de 25% que absorveu, em média, 160% de água a mais do que o tijolo-testemunha na sua etapa de fabricação. Por fim, a resistência à compressão foi significativamente diminuída com a adição de lodo: os tijolos com 5% de lodo perderam, em média, cerca de 45% da resistência obtida pelo tijolo-testemunha; os tijolos fabricados com 15 e 20% perderam na faixa de 70% da resistência máxima. As dosagens mais altas, de 25 e 30%, perderam cerca de 90% da resistência do tijolo-testemunha. Em relação aos critérios de periculosidade, foram analisadas as duas maiores dosagens que obtiveram aprovação técnica, ou seja, tijolos com dosagens de 15 e 20% de lodo; pode-se afirmar que não há risco de contaminação do meio-ambiente com a utilização destes tijolos. Desta forma, para as condições especificadas nesta pesquisa, pode-se concluir que a dosagem máxima de lodo que atende aos requisitos técnicos e ambientais é de 20%

ASSUNTO(S)

ceramic industry clay brick indústria cerâmica tijolo maciço disposição final do lodo sludge disposal lodo de esgoto engenharia sanitaria sewage sudge

Documentos Relacionados