Incorporação da captação à distância promove mudanças na situação dos receptores em fila para transplante cardíaco

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-09

RESUMO

Objetivo: Mostrar a incorporação da captação a distância em um programa de transplante cardíaco e a situação dos receptores em fila após a organização deste sistema. Métodos: Entre setembro de 2006 e outubro de 2012, 72 pacientes foram incluídos na fila de transplante cardíaco. Transplante cardíaco foi realizado em 41 (57%), óbito em fila em 26 (36%) e melhora clínica em 5 (7%). Inicialmente, todos os transplantes foram realizados com captação local. Em fevereiro de 2011, teve início a captação a distância interestadual. Foram realizados 30 (73%) transplantes com captações locais e 11 (27%) em outros estados (distância média=792 km±397). Resultados: Pacientes submetidos à captação à distância tiveram maior tempo de isquemia fria (212 min±32 versus 90 min±18; P<0,0001). A taxa de disfunção primária de enxerto (distância 9,1% versus local 26,7%; P=0,23) e de sobrevida atuarial em 1 mês e 12 meses (distância 90,1% e 90,1% versus local 90% e 86,2%; P=0,65 log rank) foram similares entre os grupos. Houve expressivo aumento na capacidade do centro em transplantar (64,4% versus 40,7%, P=0,05) com tendência a redução de tempo em fila de espera (mediana 1,5 mês versus 2,4 meses, P=0,18). Houve ainda tendência a redução na mortalidade em fila de espera (28,9% versus 48,2%, P=0,09). Conclusão: A incorporação da captação a distância, apesar de associada a tempos prolongados de isquemia, não aumenta a morbimortalidade após o transplante cardíaco e aumenta o pool de doadores viáveis, podendo diminuir a mortalidade em fila e o tempo de espera por um órgão.

ASSUNTO(S)

transplante de coração seleção do doador cardiomiopatias

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