Inclusão e permanência de universitários com diagnóstico de transtorno do espectro autista: discussões acerca de barreiras linguísticas

AUTOR(ES)
FONTE

Avaliação (Campinas)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

A Educação Superior brasileira vem passando por modificações. Houve diversificação quanto ao ingresso do público devido às políticas públicas voltadas para a inclusão educacional. Atualmente, se encontram nas Universidades, pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas embora seu acesso tenha sido garantido, a permanência nem sempre tem sido discutida na literatura. Desta forma, objetivo deste estudo é analisar as condições de acesso e permanência de pessoas com TEA na Universidade a partir das queixas linguísticas apresentadas por eles. Como metodologia, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dois estudantes com diagnóstico de TEA que estudam em uma Universidade federal do sul do Brasil. Além disso, foi realizada avaliação fonoaudiológica. Os resultados apontam que os dois acadêmicos têm histórico de dificuldades de relacionamento interpessoal na escola e na Universidade, dificuldades de leitura e escrita. Um dos estudantes, Charles, também tem dificuldade na fluência de fala; já Luís, o outro universitário, tem mais queixas quanto às suas habilidades de leitura e escrita. Quanto à percepção acerca da inclusão na Universidade, os dois estudantes referem que se sentem acolhidos e que não sofrem nenhum tipo de discriminação referente às suas dificuldades. Também procuram atendimento fonoaudiológico para suprir uma demanda de inclusão que as políticas públicas ainda não compensaram. Apesar de amparados em lei, estes estudantes ainda enfrentam barreiras que podem dificultar sua permanência na instituição ou seu rendimento acadêmico. Deste modo, a ação do fonoaudiólogo pode ser uma alternativa para minimizar os obstáculos impostos pelas suas dificuldades dentro da Universidade.

Documentos Relacionados