Incidência e progresso de begomovirose do tomateiro sob diferentes sistemas de manejo da mosca-branca em Florestal, MG / Incidence and progress of begomovirus disease in tomatoes under different whitefly management strategies at Florestal, MG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/12/2010

RESUMO

O gênero begomovirus da família Geminiviridae inclui espécies virais transmitidas a espécies de plantas dicotiledôneas pela mosca-branca Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae). Após a introdução do biótipo B de B. tabaci no Brasil, no início da década de 1990, surtos de begomoviroses em tomateiro passaram a ser relatados em diversos estados brasileiros. Entretanto, a incidência e o progresso da doença variam de ano para ano nas diferentes regiões. Os objetivos deste trabalho foram investigar as espécies de Begomovirus presentes, a dinâmica da doença causada por begomovirus sob diferentes sistemas de manejo do seu vetor, nos anos de 2006 e 2007, no município de Florestal, estado de Minas Gerais. Os tratamentos consistiram da combinação de três sistemas de manejo (testemunha, convencional e orgânico) em dois híbridos de tomateiro (Carmen‟, suscetível a geminivirus e Thaty‟ tolerante). O experimento foi montado mapeando-se as parcelas com plantas-alvo (PA‟s) em blocos ao acaso com 6 repetições, em esquema fatorial 3 x 2. Semanalmente procedeu-se o monitoramento da população da mosca-branca para identificar o nível de ação e quinzenalmente coletou-se um disco foliar, em microtubos para extração de DNA total, a fim de detectar e identificar o(s) begomovirus presentes, por meio de hibridização molecular, além de monitorar a incidência da doença e estabelecer a curva de progresso da infecção. Foram registradas durante essas coletas observações visuais de plantas sintomáticas. Cinco plantios foram realizados de janeiro de 2006 até janeiro de 2008. Só no quinto e último ensaio, de agosto de 2007 a janeiro de 2008, ocorreu o maior infestação do inseto vetor e a maior incidência de begomovirose. Os seguintes begomovirus foram detectados nas amostras de tomateiro do ensaio 5: Sida micrantha mosaic virus (SiMMV), Tomato chlorotic mottle virus (ToCMoV), Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) e Tomato yellow spot virus (ToYSV). Em duas amostras de plantas invasoras presentes na área experimental identificaram-se Euphorbia yellow mosaic virus (EuMV) em Euphorbia heterophylla, e ToCMoV em Sida micrantha. Portanto, quatro begomovirus ocorreram nos tomateiros. O ToCMoV também ocorreu em Sida micrantha, e o EuMV só ocorreu na invasora. Na primeira avaliação aos 35 dap no ensaio 5 foram detectadas 73 plantas infectadas, porém somente 13 tiveram equivalência com as plantas com sintomas. A incidência de doença foi detectada desde os 35 dap, crescente até os 80 dap em todos os seis tratamentos, caindo aos 95 dap, e, assim mantendo-se até os 110 dap. Não houve efeito de sistemas de manejo, de híbridos e não foi possível ajustar modelos às curvas de progresso obtidas. Da mesma forma, o cálculo das áreas abaixo da curva de progresso da doença, para os diferentes tratamentos, não indicou efeitos significativos dos sistemas de manejo ou dos híbridos. Com base nos resultados conclui-se que: (i) Florestal apresenta grande diversidade de espécies de begomovirus; (ii) sintoma de begomovirose em tomateiro não constitui uma referência confiável para aferir a incidência e dinâmica da doença; (iii) estudos de progresso de begomovirus devem ser conduzidos com monitoramento do vetor no hospedeiro-alvo em ensaios com distribuição espacial pré-estabelecida; (iv) a infecção por begomovirus do tomateiro constitui possibilidade de perdas consideráveis na produção de tomates quando ocorre nas fases de floração e frutificação do tomateiro, aos 65 e 80 dap, em qualquer sistema de manejo de controle do vetor.

ASSUNTO(S)

progresso incidência mosca-branca begomovirus geminiviridae tomateiro fitopatologia geminiviridae tomatoes begomovirus whitefly incidence progress

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