Incidência e preditores de eventos cardiovasculares adversos maiores no tratamento percutâneo contemporâneo de enxertos de veia safena

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-03

RESUMO

INTRODUÇÃO: Pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) em enxertos de veia safena caracteristicamente exibem maior risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM). Foram avaliados a incidência e os preditores de ECAM no cenário atual, em que dispositivos de proteção distal e de aspiração de trombos e o uso de stents farmacológicos fazem parte da prática diária. MÉTODOS: Neste estudo foram avaliados 69 casos consecutivos de pacientes com enxertos de veia safena, tratados com stents, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008. Foram avaliadas as características clínicas, angiográficas e relacionadas ao procedimento, bem como a incidência e preditores de ECAM na evolução tardia. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi de 72 ± 10,2 anos, 79,7% eram do sexo masculino, 31,9% eram diabéticos, e 56,5% foram tratados na vigência de síndrome coronária aguda. Foram abordados 71 enxertos de veia safena, com lesões predominantemente localizadas no corpo (35,3%), tratadas mais frequentemente com stents farmacológicos (82,8%). Dispositivos de proteção distal foram utilizados em 31,9% e de aspiração de trombo em 1,4% dos pacientes, e em 30,4% foram utilizados inibidores da glicoproteína IIb/IIIa. No-reflow ocorreu em 8,7% e o sucesso do procedimento foi constatado em 89,9% dos casos. Na evolução tardia, ECAM, óbito, infarto agudo do miocárdio e revascularização do vasoalvo ocorreram em 15,9%, 7,2%, 4,3% e 14,5%, respectivamente, e trombose de stent foi observada em 2,9% dos pacientes. Na regressão de Cox apenas o uso de stents nãofarmacológicos foi associado a ECAM [hazard ratio (HR) 4,1, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,2-13,3; P = 0,02]. CONCLUSÕES: Pacientes com lesões em enxertos de veia safena, tratados percutaneamente, exibiram elevada taxa de eventos adversos a médio prazo e o uso de stents nãofarmacológicos esteve associado a pior evolução.

ASSUNTO(S)

stents veia safena vasos coronários

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