Incidência e fatores de risco das complicações da cirurgia de Latarjet

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ortop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-05

RESUMO

Resumo Objetivo A cirurgia de Latarjet é bem estabelecida para o tratamento da instabilidade anterior do ombro. Apresenta complicações específicas com taxas de até 30%. Nosso objetivo é avaliar a incidência e os fatores de risco associados às complicações após a cirurgia de Latarjet. Métodos Analisamos retrospectivamente 102 pacientes submetidos ao procedimento. Dividimos as complicações em três tipos: clínicas, relacionadas ao enxerto e relacionadas aos implantes. Todos os pacientes foram submetidos a radiografias e tomografia computadorizada (TC). Os fatores de risco analisados foram gênero, idade, cirurgia prévia, epilepsia e experiência do cirurgião. Resultados Um total de 102 pacientes consecutivos (108 casos) foram avaliados. A média de idade foi 33,7 anos (18 a 61 anos), com 88 homens e 14 mulheres. A taxa de complicações foi de 21,2%, sendo 12% clínicas, 7,4% relacionadas ao enxerto e 2,7% relacionadas ao implante. As mais frequentes foram apreensão anterior (oito casos) e posicionamento lateral do enxerto, em seis casos. A TC foi realizada com o mínimo de 6 meses em 79 casos (73%), evidenciando a consolidação do enxerto em 75 pacientes (94.9%). Nenhum caso de não união apresentou instabilidade. Dez pacientes (9.2%) precisaram de cirurgia de revisão. Os fatores de risco relacionados às complicações foram epilepsia (p = 0.0325), experiência do cirurgião (p = 0.0499) e pacientes ≥ 40 anos (p = 0.0151). Não houve correlação com gênero e cirurgia prévia. Conclusão A taxa de complicações após a cirurgia de Latarjet foi de 21,2%, com 9% necessitando de revisão cirúrgica. Epilepsia, idade ≥ 40 anos e experiência do cirurgião foram fatores de risco.

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