Implementação de programa de cirurgia colorretal laparoscópica - resultados de curto prazo e taxas de conversão

AUTOR(ES)
FONTE

J. Coloproctol. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-12

RESUMO

OBJETIVO: embora o uso da cirurgia laparoscópica no tratamento de doenças colorretais represente um avanço significativo, é realizada atualmente em menos de um terço dos pacientes submetidos à colectomias. O objetivo desse estudo é analisar os resultados iniciais de cirurgias colorretais laparoscópicas vídeo-assistidas (LACS) realizadas no departamento de Coloproctologia de hospital terciário, bem como estudar o impacto da idade, sexo e índice de massa corporal (IMC) e a utilização de tesoura ultrassônica ou dispositivos para selamento hemostático dos vasos em relação à taxa de conversão. MÉTODOS: esse é um estudo observacional prospectivo com 215 pacientes submetidos à LACS entre janeiro de 2006 e junho de 2010 no Departamento de Coloproctologia do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. Os dados obtidos a partir de uma base de dados eletrônica específica incluíram dados demográficos, diagnóstico, uso de tesouras ultrassônica ou dispositivos para selamento hemostático dos vasos, taxa de conversão, tempo de hospitalização, linfonodo dissecados na peça cirúrgica, complicações e mortes. RESULTADOS: a abordagem laparoscópica correspondeu a 36,4% de todas as cirurgias colorretais realizadas durante o período de estudo. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (74%), com idade média de 53,2 anos. A tesoura ultrassônica ou dispositivos para selamento hemostático dos vasos foram utilizados em 32% das LACS. A extração de amostras e a anastomose foram realizadas através de uma incisão auxiliar na maioria dos casos. A taxa de conversão global foi de 12%, com uma diminuição de 47 % após o primeiro ano. Não observamos associação entre a taxa de conversão e idade, sexo, IMC, bem como a utilização de tesouras ultrassônicas e dispositivos para selamento hemostático dos vasos. O tempo médio de internação foi de 7,7 dias, a taxa global de complicações foi de 20%, incluindo 10 fístulas anastomóticas (4,65 %). A taxa de mortalidade pós-operatória foi de 1,86%. CONCLUSÕES: apesar das dificuldades relacionadas com a curva de aprendizado e indisponibilidade da tesoura ultrassônica ou dispositivos para selamento hemostático dos vasos na maioria dos casos, a implementação de LACS em nosso departamento pode ser considerada bem sucedida em relação aos resultados de curto prazo e taxas de conversão.

ASSUNTO(S)

laparoscopia cirurgia colorretal morbidade mortalidade conversão

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