Implantação e resultados de um programa de reabilitação pulmonar em uma instituição de ensino superior

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada pela limitação ao fluxo aéreo, não totalmente reversível. Dentre as terapêuticas indicadas, a reabilitação pulmonar é uma estratégia de tratamento multidisciplinar, que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente, reintegrando-o à sociedade. Objetivos: Descrever o processo e os custos de implantação na forma de um projeto de extensão universitária, os motivos da evasão e os resultados obtidos com um programa de reabilitação pulmonar. Material e Métodos: Após formar um grupo multidisciplinar no Centro Universitário Feevale e estabelecer uma parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Novo Hamburgo, os pacientes portadores de DPOC são encaminhados ao programa de reabilitação pulmonar (PRP). São avaliados pelo médico pneumologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e educador físico. Após estas avaliações são formados grupos de até 16 pacientes que permanecem por um período de 4 meses, com três sessões semanais de treinamento físico, orientações nutricionais, encontros educativos e grupos de apoio psicológico. Foram avaliados o perfil destes pacientes, os custos para a implantação, as causas de evasão após o início do programa, bem como os resultados obtidos após o período de tratamento, medidos através do teste de caminhada dos seis minutos, do trabalho de caminhada através do produto distância-peso corporal e do questionário Saint George de qualidade de vida. Para a análise dos resultados foi utilizada a estatística descritiva, para comparação das médias o Teste t de Student. Resultados: O PRP foi implantado na forma de um projeto de extensão universitária, com um custo total de R$ 64 224,60. Foram avaliados 134 pacientes encaminhados dos postos de saúde do município de Novo Hamburgo e dos municípios vizinhos. Do total, 38 (28,4%) pacientes foram excluídos e 7(5,2%) foram a óbito antes de completar a avaliação. Desses, 89 (66,5%) portadores de DPOC de moderado a grave foram incluídos no PRP. A média de idade dos pacientes foi de 63,5±9,9 anos, predominou o sexo masculino 62(69%), com índice de massa corporal (IMC) médio de 23,5±5,3 Kg/m2, com média de Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) de 1,16L(42,8±23,4% do previsto). Dos incluídos no PRP, 40 (44,9%) abandonaram, principalmente por problemas sócio-econômicos e 49 (55,1%) concluíram a reabilitação. Os dados para análise antes e depois do PRP estavam disponíveis para 37 pacientes que formaramo grupo para analisar os resultados do PRP. No teste de caminhada dos seis minutos, ocorreu uma variação significativa de 34,12m na média distância (367,15±101,93m vs. 401,27±95,55m; p <0,001). Ocorreu melhora significativa de 2,65 Km.Kg-1 (24,36±9,62 Km.Kg-1 vs. 27,01±10,0 Km.Kg-1) no trabalho de caminhada medido pelo produto distância-peso e uma melhora significativa com redução de 11% (46 vs. 35; p<0,001) no total do questionário Saint George de qualidade de vida. Conclusões: O PRP pode ser implantado na forma de um projeto de extensão universitária, com custo relativamente baixo pela sua abrangência e benefícios. A condição social dos pacientes foi o maior determinante da evasão, mas os pacientes que concluíram o PRP apresentaram uma melhora significativa na sua capacidade de exercício e na qualidade de vida.

ASSUNTO(S)

chronic obstructive pulmonary disease (copd) pulmonary rehabilitation serviços de reabilitação establishment of the program doença pulmonar obstrutiva crônica

Documentos Relacionados