Implantação de um time de resposta rápida em um grande hospital filantrópico brasileiro: melhora na qualidade dos cuidados de emergência por meio do ciclo Planejar-Fazer-Estudar-Agir

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ter. intensiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/06/2019

RESUMO

RESUMO Objetivo: Descrever a implantação de um time de resposta rápida em um grande hospital filantrópico, indicando as questões relevantes para as iniciativas em contextos similares, particularmente na América Latina. Métodos: Em termos gerais, a intervenção consistiu em três componentes principais: (1) uma ferramenta para detecção de agravamento das condições clínicas nas enfermarias gerais; (2) estruturação de time de resposta rápida capaz de atender a todos os pacientes em risco; e (3) monitoramento dos indicadores relacionados à intervenção. Este trabalho empregou quatro ciclos semestrais (Planejar-Fazer-Estudar-Agir), com a finalidade de testar e ajustar a intervenção, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014. Resultados: Entre 2013 e 2014, o time de resposta rápida atendeu 2.296 pacientes. Houve redução não significante da mortalidade de 8,3% no ciclo 1, para 5,0% no ciclo 4; contudo, o número de óbitos permaneceu estável nos ciclos 3 e 4, com frequência de 5,2% e 5,0%, respectivamente. Com relação ao fluxo de pacientes e cuidados críticos continuados − uma premissa do time de resposta rápida −, houve decréscimo no tempo de espera por um leito na unidade de terapia intensiva, com diminuição de 45,9% para 19,0% na frequência de pacientes hospitalizados que não puderam ser imediatamente admitidos após a indicação (p < 0,001), representando melhora no fluxo de pacientes do hospital; ocorreu também aumento no reconhecimento de pacientes para cuidados paliativos, de 2,8% para 10,3% (p = 0,005). Conclusão: A implantação de um time de resposta rápida pode trazer benefícios nos contextos em que ocorrem restrições estruturais, como falta de leitos em unidades de terapia intensiva, porém há necessidade de alguns ajustes.ABSTRACT Objective: To describe the implementation of a rapid response team in a large nonprofit hospital, indicating relevant issues for other initiatives in similar contexts, particularly in Latin America. Methods: In general terms, the intervention consisted of three major components: (1) a tool to detect aggravation of clinical conditions in general wards; (2) the structuring of a rapid response team to attend to all patients at risk; and (3) the monitoring of indicators regarding the intervention. This work employed four half-year Plan-Do-Study-Act cycles to test and adjust the intervention from January 2013 to December 2014. Results: Between 2013 and 2014, the rapid response team attended to 2,296 patients. This study showed a nonsignificant reduction in mortality from 8.3% in cycle 1 to 5.0% in cycle 4; however, death rates remained stable in cycles 3 and 4, with frequencies of 5.2% and 5.0%, respectively. Regarding patient flow and continuum of critical care, which is a premise of the rapid response system, there was a reduction in waiting time for intensive care unit beds with a decrease from 45.9% to 19.0% in the frequency of inpatients who could not be admitted immediately after indication (p < 0.001), representing improved patient flow in the hospital. In addition, an increase in the recognition of palliative care patients from 2.8% to 10.3% was noted (p = 0.005). Conclusion: Implementing a rapid response team in contexts where there are structural restrictions, such as lack of intensive care unit beds, may be very beneficial, but a strategy of adjustment is needed.

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