Impactos sÃcios-ambientais de Marambaias para a pesca de lagosta: o caso de Ponta Grossa, IcapuÃ-Ce / Economic and environmetal impacts of artificial reefs for lobster fishing: the case of Ponta Grossa, IcapuÃ-Ce

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/05/2006

RESUMO

A pesca indiscriminada de lagostas vem causando a diminuiÃÃo dos estoques, minimizando a efetividade da pesca artesanal e reduzindo a renda de comunidades pesqueiras, estimulando a ainda mais a sobrepesca e a captura de indivÃduos juvenis. Como alternativa, vem sendo implantadas as marambaias, que sÃo estruturas para fixaÃÃo de microorganismos aquÃticos para a formaÃÃo de cadeia trÃfica, servindo como atrator para espÃcies de interesse comercial. Na praia de Ponta Grossa, IcapuÃ- CE, o uso de marambaias voltadas prioritariamente para a pesca de lagosta partiu de pescadores locais em 2002. Com o sucesso das primeiras pescarias, houve âbloomâ de marambaias instaladas e dificuldade de controle sobre o uso das mesmas. Sobre o litoral cearense ainda sÃo poucas as informaÃÃes sobre o efeito de marambaias para a atraÃÃo de lagostas. Visando dar subsÃdios ao ordenamento de uso dessas estruturas, urge a necessidade de se determinar a efetividade para o aumento da produtividade e avaliar os impactos socioeconÃmicos e ambientais. Marambaias para lagosta sÃo estruturas de madeira com 30 cm de altura da base e 6 m2 de Ãrea. O lanÃamento foi realizado pelos pescadores em profundidades entre 3 e 13 m. Participaram deste estudo 36 pescadores. Foram analisados dados de 484 pescarias nos anos de 2003 (Ano I) a 2005 (Ano III), sendo 280 em profundidades <5 m e 204 em profundidades >5 m. A escolha dos intervalos de profundidade foi arbitrÃria. Estes dados serviram para a determinaÃÃo da captura por unidade de esforÃo (CPUE), do tamanho mÃdio das lagostas e do percentual de lagostas com tamanho comercial. A avaliaÃÃo socioeconÃmica foi realizada pelo cÃlculo do rendimento das pescarias. A avaliaÃÃo do impacto ambiental foi realizada pelo mÃtodo G.U.T.. O comprimento mÃdio das lagostas (Panulirus argus) ficou abaixo do tamanho mÃnimo determinado por lei (13 cm). As CPUEÂs ficaram acima da mÃdia histÃrica do CearÃ, indicando a eficiÃncia destas estruturas para o aumento da produtividade, embora os valores de receita mÃdia por pescador tenham sofrido significativa queda na renda no segundo e terceiro anos, indicando que houve apenas concentraÃÃo do estoque nas pescarias no primeiro ano. No Ano I, os impactos negativos mais significantes foram a sobreexploraÃÃo do estoque e a incidÃncia de lagostas juvenis nas capturas. Os impactos positivos mais significantes foram o incremento da pesca local, a criaÃÃo de novos habitats, o desenvolvimento de tecnologias e o fomento a pesquisa cientÃfica. No Ano III, os impactos negativos mais significantes foram a incidÃncia de lagostas juvenis nas capturas, a reduÃÃo da biomassa de pescado, a sobreexploraÃÃo de estoques pesqueiros e a reduÃÃo da pesca local. Quanto aos impactos positivos, destacam-se a reduÃÃo das pescarias com rede de emalhar e o fomento a pesquisa cientÃfica. Concluise que as marambaias nÃo atuaram de forma sustentÃvel, pois funcionaram apenas como concentradoras de estoque. Recomenda-se que o uso de marambaias deve obedecer a um plano de manejo e respeitar as normativas de proibiÃÃo da captura de juvenis de lagosta.

ASSUNTO(S)

outros marambaias para lagosta atratores artificiais pesca de lagosta artificial reefs lobster fishery

Documentos Relacionados