Impactos do projeto São Paulo faz escola no trabalho do professor

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta investigação analisa os impactos de projeto São Paulo Faz Escola, implantado no ano de 2008 pelo governo estadual paulista, dentro da nova proposta curricular para todas as escolas do ensino básico do Estado de São Paulo. Com a finalidade de conhecer que mudanças que ocorreram ou não com a implantação do projeto São Paulo Faz Escola no trabalho desses professores, em relação a conteúdos, metodologia de ensino e avaliação, a parte empírica da pesquisa foi realizada através de entrevistas com três professores de uma escola pública estadual da cidade de São Vicente SP. Como aportes teóricos do estudo foram tomados os conceitos de autonomia e currículo prescrito apresentados por José Gimeno Sacristán e Miguel Arroyo, que argumentam em favor da preservação da autonomia e dos saberes dos professores na elaboração do projeto político-pedagógico como a melhor alternativa para a construção de uma escola mais democrática e competente, uma vez que esta prática permite contemplar as características de cada unidade escolar e as expectativas da comunidade escolar como um todo, ao mesmo tempo em que possibilita a adequação às regulamentações estabelecidas pelos órgãos legisladores. O estudo realizado encontra-se assim apresentado neste relatório: no capitulo 1 são analisados os impactos do neoliberalismo e as influências do Banco Mundial sobre as políticas educacionais do Brasil e sobre a regulação do trabalho docente. No capítulo 2, são apresentadas as principais políticas educacionais no Estado de São Paulo, implantadas no período de 1994 a 2006, que antecederam o Projeto analisado, seguindo-se o detalhamento do Projeto São Paulo Faz Escola, no âmbito da nova proposta curricular para o Estado e de seu plano de metas para a Educação. O capítulo 3 analisa os impactos desse projeto no trabalho dos professores entrevistados na relação com o conceito de currículo prescrito. Analisando os dados obtidos foi possível concluir que este Projeto possui características de natureza prescritiva e que, elaborado que foi por especialistas externos, sem consulta ou participação dos professores, mostrou-se, para a população investigada, inadequado para a finalidade a que se propunha. Nosso trabalho aponta para questionamentos sobre a forma como o Projeto São Paulo Faz Escola foi introduzido nas escolas. Os sujeitos do estudo relatam ainda as dificuldades que encontraram no trabalho em sala de aula, tanto em relação aos conteúdos propostos quanto à metodologia de ensino, ratificando assim estudos anteriores que evidenciam a ineficácia de projetos gerados sem o envolvimento de seus executores.

ASSUNTO(S)

projeto são paulo faz escola trabalho docente política educacional educacao currículo prescrito.

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