Impacto respiratório e sintomatológico do alívio da ascite através da paracentese em pacientes com cirrose hepática

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-02

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: A cirrose hepática é uma doença altamente prevalente que, em estágio avançado, geralmente causa ascite e alterações respiratórias associadas. No entanto, existem poucos estudos avaliando e quantificando o impacto da ascite e do seu alívio através da paracentese na função pulmonar e em sintomas como fadiga e dispneia em pacientes cirróticos. OBJETIVO: Avaliar e quantificar o impacto da redução aguda do volume ascítico nos parâmetros respiratórios, sintomas de fadiga e dispneia em pacientes com cirrose hepática, bem como investigar possíveis correlações entre esses parâmetros. MÉTODOS: Trinta pacientes com cirrose hepática e ascite foram submetidos às seguintes avaliações pré e pós-paracentese: sinais vitais, padrão respiratório, mobilidade toracoabdominal (cirtometria), função pulmonar (ventilometria), grau de dispneia (escala numérica) e nível de fadiga (escala visual analógica). RESULTADOS: Houve maior prevalência de pacientes classificados como CHILD B e o escore MELD médio foi de 14,73±5,75. A comparação dos parâmetros pré e pós paracentese evidenciou após a paracentese: aumento do padrão respiratório predominantemente abdominal, melhora das variáveis ventilatórias, aumento das diferenças obtidas na cirtometria axilar e abdominal, redução do nível de dispneia e fadiga, redução da pressão arterial e aumento da saturação periférica de oxigênio. Correlações positivas encontradas: cirtometria xifoide com axilar, grau de dispneia com nível de fadiga, volume corrente com volume minuto, CHILD “C” com maior escore MELD, volume drenado na paracentese com maior escore MELD e com CHILD “C”. Também observamos uma correlação negativa entre volume corrente e a frequência respiratória. CONCLUSÃO: Uma vez que a drenagem da ascite em pacientes com cirrose hepática melhora os volumes pulmonares e a expansão torácica, além de reduzir sintomas como fadiga e dispneia, podemos concluir que a ascite tem um impacto respiratório e sintomatológico negativo nesses pacientes.

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