Impacto financeiro no tratamento cirúrgico do glaucoma

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

Resumo Objetivo: Segunda maior causa de cegueira mundial, o glaucoma, ocasionalmente necessita de procedimento cirúrgico para controle. Tendo o Brasil um Sistema Único de Saúde (SUS), e crise político-econômica em 2016, objetiva-se avaliar o impacto financeiro na decisão terapêutica do glaucoma nos últimos 6 anos no Brasil, e considerar atual discussão sobre indicação de procedimentos intervencionistas precocemente no seu algoritmo terapêutico. Métodos: Estudo ecológico da população brasileira, com base no Sistema de Informações Hospitalares do SUS, avaliando comportamento temporal dos procedimentos cirúrgicos do SUS para tratamento do glaucoma, e variação do dólar como influenciador da tendência temporal sobre os procedimentos. Realizada a análise de Regressão Linear Simples, com significância estatística de P<0.05. Resultados: Entre 2013 e 2018 foram internados 24888 indivíduos por glaucoma, prevalência do sexo masculino (51.68%), brancos (32,57%) e idosos (57.84%). Regiões Sudeste (45.61%) e Nordeste (26.36%) com maior número de internações, sendo a Trabeculectomia (84,18%) principal procedimento realizado. Houve associação da Trabeculectomia e Implante de Válvula, individualmente e atrelados, com os valores do dólar nas regiões Centro-Oeste (β= 1,103 com P= 0,007 para Trabeculectomias e β= 1,105 com P=0,012 para ambos os procedimentos) e Sul (β= 16,727 e P= 0,006 para os Implantes), e associação entre aumento de Implantes na região Sul e maior cobertura na atenção básica (β= 0.64 e P= 0.009). Conclusão: Observou-se não interferência do dólar, e aumento dos procedimentos na região Sul e Centro-Oeste. Os resultados corroboram tendência intervencionista, podendo ser representada pelo possível uso dos procedimentos disponibilizados pelo SUS de forma precoce.

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