Impacto do transplante renal em marcadores de risco para doença cardiovascular em pacientes com doença renal crônica
AUTOR(ES)
Alexandre Tortoza Bignelli
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Introdução: A doença cardiovascular (CV) é a principal causa de morte nos pacientes com insuficiência renal crônica. O Transplante renal (Tx) apresenta uma redução de mortalidade CV quando comparado à população em diálise, porém ainda é extremamente alta quando comparado à população geral. Método: Nós analisamos o impacto da correção da uremia, através do Tx, nos fatores de risco cardiovasculares, bem como verificamos as interações entre esses fatores. Este é um estudo prospectivo que incluiu 38 pacientes submetidos à Tx com doador vivo (50% masculinos e com média de idade de 36 anos) avaliados no período de 31 e 92meses. Resultados: A prevalência de sobrepeso aumentou de 29% para 58% pós-transplante (p<001). A média de pressão sistólica (PS) e diastólica (PD) caíram significativamente depois do transplante (PS 14827.6 x 12612.7, PD 89.514.3 x 78.714.1mmhg). Houve um aumento significativo do colesterol total, LDL, triglicerídeos e hematócrito. Não houve mudança nos níveis de HDL. Após 9 meses o fibrinogênio teve redução significativa (39491mg/dL x 366100mg/dL). A obesidade e a dislipidemia foram correlacionados, significativamente, com inflamação. Em adição, observamos mudanças significativas nos parâmetros de Hipertrofia Ventricular Esquerda (índice de massa ventricular esquerda 293.7116 x 241.196.7) e diâmetro de septo (1.20.24 x 1.10.2). Os pacientes que no seguimento apresentavam uma menor Taxa de Filtração Glomerular (TFG), apresentaram maiores níveis de LDL colesterol (1287 x 997mg/dL; p<0.05) e fibrinogênio (39921 x 33222mg/dL; p<0.05) quando comparados aos pacientes com maior TFG. De acordo, houve uma correlação negativa entre fibrinogênio e TFG (r=-0.42; p<0.01). Conclusão: Muitos dos fatores de risco estudados melhoraram após o transplante renal, o que poderia justificar o impacto positivo do transplante no desenvolvimento de doença cardiovascular. Entretanto, alguns fatores de risco sofreram impacto negativo como obesidade, diabetes e dislipidemia. A inflamação e a dislipidemia foram correlacionadas a disfunção renal pós-transplante, sugerindo que uma completa restauração da função renal poderia ter um impacto na redução da mortalidade cardiovascular em pacientes com doença renal crônica submetidos ao transplante renal.
ASSUNTO(S)
medicina insuficiência renal crônica rins - transplante sistema cardiovascular - doenças
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