Impacto do controle glicêmico intensivo na lesão renal aguda: ensaio clínico randomizado

AUTOR(ES)
FONTE

Acta paul. enferm.

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/12/2019

RESUMO

Resumo Objetivo Avaliar o impacto do controle glicêmico intensivo na redução da incidência de lesão renal aguda em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca. Métodos Ensaio clínico randomizado que avaliou 95 pacientes submetidos a duas estratégias de controle glicêmico. Os pacientes foram randomizados para o grupo intervenção (GI), com a meta de manutenção da glicemia pós-operatória entre 90 e 110 mg/dl. Nos pacientes alocados no grupo convencional (GC) o objetivo era a manutenção da glicemia entre 140 e 180 mg/dl. O ajuste da dose de insulina foi baseado em medições de glicose no sangue arterial não diluído, em intervalos de uma hora por meio de um sistema de monitoramento de glicose e beta-cetona no sangue. Resultados A incidência de LRA foi de 53,7% (KDIGO estágios 1, 2 ou 3). Não houve diferença significante entre os grupos quanto ao desfecho primário (p=0,294). Entretanto, observou-se maior frequência de recuperação da função renal (p=0,010), na alta da UTI (p=0,028) e alta hospitalar (p=0,048) entre os pacientes submetidos ao controle glicêmico convencional. A utilização do controle glicêmico intensivo esteve associada com maior tempo de permanência na UTI (p=0,031). O número de episódios de hipoglicemia foi semelhante nos dois grupos (1,6 ± 0,9 vs. 1,3 ± 0,6, p=0,731), demonstrando a segurança das estratégias utilizadas. Conclusão Não se observou o impacto do controle glicêmico intensivo na redução da incidência de lesão renal aguda. Em contrapartida, os pacientes tratados no GC apresentaram maior frequência de recuperação da função renal.Abstract Objective To evaluate the impact of intensive glycemic control on the reduction of the incidence of acute renal injury in adult patients undergoing cardiac surgery. Methods Randomized clinical trial, evaluating 95 patients undergoing two glycemic control strategies. Patients were randomized to the intervention n group (IG), with the goal of maintaining postoperative glycemia between 90 and 110 mg/dl. For patients allocated into the conventional group (CG) the goal was to maintain glycaemia between 140 and 180 mg/dl. The insulin dose adjustment was based on undiluted arterial blood glucose measurements at one hour intervals, by means of a blood glucose and beta-ketone monitoring system. Results The incidence of acute kidney injury was 53.7% (KDIGO stages 1, 2 or 3). There was no significant difference between the groups regarding the primary outcome (p=0.294). However, a greater frequency of complete renal function recovery (p = 0.010), ICU discharge (p = 0.028), and hospital discharge (p = 0.048) was found among patients undergoing conventional glycemic control. The use of intensive glycemic control was associated with longer ICU stay (p=0.031). The number of episodes of hypoglycemia was similar in both groups (1.6±0.9 vs. 1.3±0.6, p=0.731), demonstrating the safety of the strategies used. Conclusion The impact of intensive glycemic control on reducing the incidence of acute kidney injury was not observed. In contrast, patients treated in the CG had a higher frequency of complete renal function recovery.

Documentos Relacionados