Impacto do consumo alcoólico entre pacientes em tratamento da hepatite C

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/07/2017

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: Estudos recentes têm questionado a recomendação de abstinência do álcool por pelo menos 6 meses para pacientes alcoolistas serem tratados para hepatite C. OBJETIVO: Este estudo objetivou avaliar o impacto do consumo de álcool entre pacientes submetidos ao tratamento para a hepatite C. MÉTODOS: Neste estudo transversal, avaliou-se 121 pacientes [78 (64,5%) homens; 28-70 anos). Eles foram divididos em três grupos: pacientes que consumiam <12 g de etanol/dia na vida (Grupo 1); 12-59 g/dia (Grupo 2) e ≥60 g/dia (Grupo 3). Pacientes foram tratados com interferon-peguilado mais ribavirina. RESULTADOS: Os três grupos não puderam ser distinguidos em relação à gravidade da fibrose hepática e das frequências de infecção pelo genótipo-1 do HCV. No Grupo 3, descontinuação do tratamento (32,4%) foi maior do que no Grupo 1 (9,4%) ou Grupo 2 (0%), foi maior entre pacientes que beberam durante o tratamento (66,7% vs 21,4%) e entre aqueles que não estavam em abstinência por pelo menos 6 meses (72,7% vs 15,4%). Pacientes do Grupo 2 tiveram boa aderência e não descontinuaram o tratamento. As frequências de resposta virológica sustentada entre pacientes do Grupo-3 (44,4%) foi semelhante àquelas do Grupo 1 (61%) e do Grupo 2 (68,4%). CONCLUSÃO: Bebedores pesados mais frequentemente descontinuaram o tratamento da hepatite C, mas aqueles que foram tratados tiveram aceitáveis taxas de resposta virológica sustentada. Esses resultados sugerem que bebedores pesados não deveriam ser sistematicamente excluídos do tratamento, mas sim serem monitorados para evitar beber e abandonar o tratamento, principalmente aqueles que não estão abstinentes por pelo menos 6 meses.

ASSUNTO(S)

alcoolismo cooperação do paciente hepatite c terapêutica

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