Impacto de leitos de longa permanência no desempenho de hospital terciário em emergências
AUTOR(ES)
Pazin-Filho, Antonio, Almeida, Edna de, Cirilo, Leni Peres, Lourençato, Frederica Montanari, Baptista, Lisandra Maria, Pintyá, José Paulo, Capeli, Ronaldo Dias, Silva, Sonia Maria Pirani Felix da, Wolf, Claudia Maria, Dinardi, Marcelo Marcos, Scarpelini, Sandro, Damasceno, Maria Cecília
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
31/12/2015
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Avaliar o impacto da implantação de leitos de longa permanência para pacientes de baixa complexidade e alta dependência em hospitais de pequeno porte sobre o desempenho de hospital terciário de referência em emergência. MÉTODOS Para este estudo longitudinal, foram identificados hospitais em três municípios no departamento regional de saúde coberto pela instância terciária e que forneciam 10 leitos de longa permanência cada. Os pacientes foram transferidos para os hospitais desses municípios com base em protocolo específico. Obteve-se o desfecho dos pacientes transferidos por acompanhamento diário. Fatores de confusão foram ajustados por regressão logística e semiparamétrica de Cox. RESULTADOS Entre 1 de setembro de 2013 e 30 de setembro de 2014, foram transferidos 97 pacientes, sendo 72,1% homens, com idade média de 60,5 anos (DP = 1,9), para os quais foram realizadas 108 transferências. Desses pacientes, 41,7% evoluíram ao óbito, 33,3% receberam alta, 15,7% retornaram à instância terciária, e apenas 9,3% permaneceram internados até o final do período analisado. Foi calculado o índice de comorbidade de Charlson – 0 (n = 28 [25,9%]), 1 (n = 31 [56,5%]) e ≥ 2 (n = 19 [17,5%]) – a única variável que aumentou a chance de óbito ou retorno ao hospital terciário (Razão de Chances = 2,4; IC95% 1,3;4,4). O tempo de permanência nos leitos de longa permanência foi de 4.253 pacientes-dia, que representariam 607 vagas no hospital terciário, considerando-se a média de internação de sete dias. O hospital terciário aumentou o número de vagas em 50,0% para terapia intensiva, 66,0% para neurologia e 9,3% para as vagas totais. A permanência dos pacientes nos leitos de longa permanência limitou-se em grande parte aos primeiros 30 (50,0%) e 60 (75,0%) dias. CONCLUSÕES A implantação de leitos de longa permanência teve impacto no aumento de vagas novas oferecidas pela instância terciária tanto gerais como para áreas de estrangulamento do sistema, como a Neurologia e Terapia Intensiva. O índice de comorbidade de Charlson está associado à chance de o paciente evoluir ao óbito ou retornar para a instância terciária, mesmo quando ajustado por possíveis fatores de confusão.
ASSUNTO(S)
ocupação de leitos número de leitos em hospital tempo de internação assistência de longa duração atenção terciária à saúde serviços médicos de emergência Índice de comorbidade de charlson
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