Impacto das infecções hospitalares na evolução de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca na Santa Casa de Misericórdia de Marília

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-04

RESUMO

Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar as taxas das infecções hospitalares, os fatores de risco associados e o impacto destas infecções na mortalidade dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Métodos: coorte retrospectivo que incluiu 2060 pacientes consecutivos, no período de 2006 a 2012 na Santa Casa de Misericórdia de Marília. Resultados: Foram diagnosticadas 351 infecções hospitalares (17%), sendo 227 infecções não cirúrgicas e 124 infecções cirúrgicas. As principais infecções foram: mediastinite (2,0%), infecção urinária (2,8%), pneumonia (2,3%), infecção da corrente sanguínea (1,7%). A mortalidade global intra-hospitalar foi de 6,4%. As variáveis independentes associadas às infecções não cirúrgicas foram: idade > 60 anos (OR 1,59; IC95%1,09-2,31), internação em UTI > 2 dias (OR5,49; IC95% 2,98-10,09), ventilação mecânica > 2 dias (OR11,93; IC95% 6,1 - 23,08), uso de sonda vesical >3 dias (OR 4,85 IC95% 2,95 -7,99). Infecções hospitalares não cirúrgicas foram mais frequentes em pacientes com infecção cirúrgica (32,3% versus 7,2%; OR 6,1; IC95% 4,03- 9,24). As variáveis independentes associadas a mortalidade foram: idade >60 anos (OR= 2,0 ; IC 95% 1,4-3,0), uso de droga vasopressora (OR 3,4; IC95% 1,9-6,0), uso de insulina (OR=1,8; IC 95% 1,2-2,8), reintervenção cirúrgica (OR=4,4 IC95% 2,1-9,0) pneumonia (OR=4,3 IC95% 2,1-8,9) e infecção da corrente sanguíneas (OR=4,7; IC95% 2,0-11,2). Conclusão: infecções hospitalares não cirúrgicas são frequentes pós cirurgia cardíaca, e aumentam a chance de infecção cirúrgica e a mortalidade.

ASSUNTO(S)

infecção hospitalar procedimentos cirúrgicos cardíacos fatores de risco mortalidade infecção da ferida operatória

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