Impacto da composição corporal na sobrevida e na toxicidade do tratamento no câncer de pâncreas: estudo transversal
AUTOR(ES)
BARRÈRE, Ana Paula Noronha; PIOVACARI, Silvia Maria Fraga; USÓN JUNIOR, Pedro Luiz Serrano; GANSL, Rene Claudio; PEREIRA, Andrea Z; HAMERSCHLAK, Nelson
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-09
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: Perda de peso e mudanças na composição corpórea são frequentes em pacientes com câncer do pâncreas. Imagens de tomografia computadorizada são úteis na investigação da composição corporal e suas mudanças e para discriminar diferentes tipos de tecidos corporais. Pacientes com câncer pancreático são submetidos à tomografia computadorizada rotineiramente. OBJETIVO: Verificar a associação entre massa muscular e gordura visceral medida por tomografia computadorizada e a toxicidade do tratamento e a sobrevida de pacientes com câncer de pâncreas. MÉTODOS: Avaliamos imagens tomográficas abdominais de todos os pacientes adultos com câncer pancreático consecutivamente tratados entre outubro de 2007 e setembro de 2015 no serviço, para estimativa da massa muscular esquelética e gordura, tecido adiposo intramuscular e visceral. Classificamos a toxicidade do tratamento conforme os Critérios Comuns de Toxicidade do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (versão 2.0). RESULTADOS: O estudo envolveu 17 pacientes, com idade média de 63 (±10) anos (51-73 anos); 11 (65%) homens. O índice de massa corporal médio inicial foi de 26 kg/m2 (±3); 23 kg/m2 (±3) após o tratamento. A perda de peso média foi de 10,0 kg (±6,8; 13%). Observamos sarcopenia em 47% dos pacientes, não associada a diferenças significativas na massa muscular, tecido adiposo visceral, toxicidade ou sobrevivência. A atenuação média do músculo esquelético foi de 36 unidades Hounsfield, não associada à sobrevivência ou toxicidade. A massa muscular média também não foi associada à toxicidade. No entanto, observamos associação inversa significativa entre toxicidade e gordura visceral. CONCLUSÃO: A massa muscular não teve impacto na sobrevida ou na toxicidade do tratamento dos pacientes com câncer pancreático. No entanto, a gordura visceral exerceu efeito protetor contra a toxicidade. Ressaltamos a importância de mais estudos sobre a gordura visceral associada ao prognóstico e à toxicidade em pacientes com câncer.
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