Impacto da avaliação pré-anestésica sobre a ansiedade e a depressão dos pacientes cirúrgicos com câncer
AUTOR(ES)
Magalhães Filho, Lidiomar Lemos de, Segurado, Arthur, Marcolino, José Alvaro Marques, Mathias, Lígia Andrade da Silva Telles
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-04
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Na trajetória do câncer, a ansiedade (Ans) e a depressão (Dep) manifestam-se durante os diversos momentos do diagnóstico e continuam durante e após o tratamento. O tratamento cirúrgico pode ter graves conseqüências físicas e psicológicas para o paciente com câncer. Os estudos não discutem a situação emocional dos pacientes com câncer frente à proximidade da internação para o ato anestésico-cirúrgico. Não é analisada também a influência da avaliação pré-anestésica ambulatorial sobre a Ans e/ou Dep desses pacientes. Esta pesquisa prospectiva procurou verificar o impacto da avaliação pré-anestésica sobre os níveis e prevalência de ansiedade e de depressão dos pacientes cirúrgicos com câncer. MÉTODO: Após aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital foram selecionados 63 pacientes adultos, com câncer a serem submetidos à intervenção cirúrgica relacionada à doença. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos com a aplicação da escala antes (AAPA) ou no final (DAPA) da consulta pré-anestésica. Foram utilizadas as escalas de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HAD). As variáveis analisadas foram idade, faixa etária, sexo, cor da pele, estado civil, grau de instrução e situação ocupacional atual, número e porcentagem de pacientes com Ans/com Dep (HAD > 8); escores das escalas HAD-Ans e HAD-Dep. Na análise estatística, foi considerado significativo p < 0,05. RESULTADOS: Os grupos foram homogêneos em relação aos dados sócio-demográficos. Comparando-se os dois grupos, observou-se diferença significativa dos níveis e prevalência de Ans entre os dois grupos e não se verificou diferença significativa dos níveis e prevalência de Dep (HAD-depressão). A mediana dos valores de AAPA e DAPA nos dois grupos, ficou abaixo do ponto de corte, mas houve redução significativa dos escores de Ans entre os grupos. Em relação à análise dos fatores de risco, houve diferença significativa apenas no item faixa etária (maior prevalência de Ans nos pacientes < 60 anos). CONCLUSÕES: A avaliação pré-anestésica reduziu a prevalência e os níveis de ansiedade dos pacientes deste estudo, mas não teve qualquer efeito sobre a prevalência e os níveis de depressão. A variável idade com valor menor ou igual a 60 anos foi identificada como fator de risco para a ansiedade.
ASSUNTO(S)
avaliaÇÃo prÉ-anestÉsica cirurgia, oncológica complicaÇÕes
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