IMIQUIMOD NO TRATAMENTO DA CONDILOMATOSE GENITAL EXTERNA: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Introdução: A condilomatose genital externa é um importante problema de saúde pública, consistindo-se em uma doença sexualmente transmissível que afeta principalmente os jovens sendo causada principalmente pelo Papilomavírus Humano tipos seis e onze. Diversas terapêuticas são utilizadas no tratamento da condilomatose genital, a maioria apresentando a característica de destruição da lesão condilomatosa, não apresentando atividade antiviral direta. Imiquimod é uma droga cuja ação consiste em modificar a resposta imune possibilitando o tratamento da condilomatose através da ativação do sistema imune individual. Objetivos: Avaliar a eficácia e tolerabilidade do uso tópico de imiquimod em diferentes concentrações e posologias no tratamento da condilomatose genital externa. Métodos: Revisão sistemática da literatura e meta-análise de ensaios clínicos randomizados (ECR). Foi realizada uma ampla busca por estudos relevantes em bases de dados eletrônicas (Cochrane Library, MEDLINE, EMBASE, LILACS) através da verificação manual de referencias e do contato com autores. Os resultados foram analisados em intenção de tratar, sendo que para dados dicotômicos o risco relativo (RR) com 95% de intervalo de confiança foi calculado usando-se o modelo randômico. Para resultados estatisticamente significativos foram calculados o número necessário para tratar (NNT) e o número necessário para causar dano (NNH). Resultados: Oito ECR foram incluídos, num total de 1040 indivíduos. Os resultados demonstraram que as concentrações de Imiquimod 5% e 2% foram eficazes quando comparadas com placebo no clareamento total da condilomatose (RR 0.57; 95% IC 0.50 - 0.64 e RR 0.26; 95% IC 0.13 - 0.19, respectivamente). Já Imiquimod 1% não apresentou eficácia na comparação ao placebo neste desfecho (RR 0.94; 95% IC 0.83 -1.06). A maior freqüência de aplicação de imiquimod 5% (3x dia) não apresentou diferenças significantes no clareamento completo da condilomatose quando comparada com a posologia usual (3x semana) (RR 0.89 95% IC 0.62 - 1.29), porém apresentou uma maior freqüência de reações adversas locais. Efeitos adversos sistêmicos são raros e geralmente autolimitados, já as reações adversas locais são geralmente de caráter inflamatório, sendo na maior parte leves a moderadas. O principal sinal relatado pelas pacientes foi o de eritema. O número necessário para causar este sintoma NNH foi 1.82 (95% IC 1.56 - 2.13). Conclusões: Imiquimod é efetivo no tratamento tópico da condilomatose genital externa quando utilizado nas concentrações de 5% e 2%. A posologia de três aplicações semanais demonstrou-se como a mais segura. Os Efeitos são geralmente locais e associados com reação inflamatória. Não foi encontrada evidência de que o uso de imiquimod diminua a chance de recidiva da condilomatose genital. Uma maior quantidade de estudos são necessários para avaliar o uso de imiquimod em comparação as outras terapêuticas para condilomatose genital externa.

ASSUNTO(S)

medicina iniquimod condilomatose genital externa

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