Ilusão e delírio em pintura:injunções teóricas sobre um pensamento plástico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta dissertação toma como ponto de partida um conjunto de trabalhos plásticos que fiz entre os anos de 2005 e 2007. A partir deles desdobram-se interlocuções teóricas que relacionam a pintura através de diálogos com a história da arte, a filosofia e a psicanálise. No primeiro capítulo abordo a relação da pintura com as lentes, sejam elas vidros burilados ou naturais, comparando-as ao olho. Na relação particular que estabeleço com a câmara obscura e a máquina fotográfica, associando-as ainda ao olho humano, reconheço tanto nos procedimentos do fotógrafo, como nos procedimentos do pintor, o artifício do véu e, portanto, os artifícios da ilusão. No segundo capítulo, as lentes expostas num ambiente especialmente preparado para recebê-las aparecem como ciladas ao espectador ao prometer revelações, mas obliterar todos os movimentos que poderiam refazer o percurso daquilo que um dia foi visto. Abordo, ainda, a relação entre olho e olhar, considerando a visão como um mecanismo que deflagra delírios ao tentar tocar a imagem, posto que ela só pode ser apreendida como aquilo que escapa e dissipa, portanto, como ausência e distância. No terceiro capítulo abordo a violência deste processo que envolve a ilusão e a perda da certeza no visível e entendo esta violência como um movimento inerente ao humano. Daí a fenda incurável da existência. Contra todo um ideal racional e ocular-centrado criado pelo homem está a violência sem medida a invadir e governar os sentidos, inclusive no ato de abrir e fechar os olhos

ASSUNTO(S)

artes plasticas fotografia de arte artes plásticas

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